RESUMO

A pandemia da doença de coronavírus 2019 (COVID-19) se espalhou rapidamente, com mais de 515 milhões de casos e 6,2 milhões de mortes. Fatores epidemiológicos são importantes para entender o estado da pandemia. Este estudo tem como objetivo avaliar as internações, admissões em unidade de terapia intensiva (UTI) e letalidade no período de março de 2020 a abril de 2022. Os dados foram coletados em um hospital da cidade de Porto Alegre, Sul do Brasil. Os testes de Mann-Whitney, análise de variância e Kruskal-Wallis foram utilizados para comparar variáveis quantitativas. As variáveis categóricas foram comparadas pelo teste χ2 de Pearson. Valores de p < 0,05 para todos os testes foram considerados significativos. Foram observadas 3.784 internações. O sexo masculino foi de 51,4% e a idade foi de 60,4±20,3. Os pacientes da unidade de terapia intensiva (UTI) foram 31,2%, o tempo médio de permanência (LOS) foi de 9,0 e a letalidade foi de 13,3%. A letalidade na UTI foi de 34,5% versus 4,6% em outros pacientes internados (p < 0,01). O tempo de permanência dos pacientes internados na UTI foi de 22,0 versus 7,0 nos demais pacientes internados (p < 0,01). O primeiro pico (julho a novembro de 2020) apresentou ocupação de UTI de 79,1%. O segundo pico (dezembro de 2020 a junho de 2021) com 91,6% de ocupação. O terceiro pico de janeiro a março de 2022 com 81,0% de ocupação (p < 0,01). As taxas de letalidade foram de 10,3% em 2020, 14,9% em 2021 e 15,4% em 2022 (p < 0,01). Em conclusão, a taxa de ocupação da UTI foi maior em 2021 e as taxas de letalidade dos pacientes da UTI foram altas durante os anos de pandemia (10,3% em 2020, 14,9% em 2021 e 15,2% em 2022). A letalidade desses pacientes variou de 25,0% em março a 21,8% em dezembro de 2020, de 20,9% em janeiro, 22,2% em dezembro de 2021 e de 35,7% em janeiro de 2022 a 21,4% em abril de 2022. Esses dados demonstram que a COVID-19 é uma doença crítica, mesmo em ambiente hospitalar privado.

Palavras-chave: COVID-19; unidade de tratamento intensivo; tempo de permanência; letalidade.

Leia mais clicando aqui.