No mês de junho se comemora a conscientização do vitiligo, para disseminar informações e eliminar estereótipos infundados. A iniciativa partiu das organizações sem fins lucrativos VR Foundation (EUA) e VITSAF (Nigéria). Reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), a data é celebrada desde 2011 e faz pensar sobre o tema. Atualmente, a doença atinge 1% da população mundial e mais de 1 milhão de brasileiros. Devido ao estresse, estes números aumentaram durante e após o auge da pandemia de Covid, no mundo.

O que é o vitiligo?

A VR Foundation (ou Vitiligo Research Foundation) lembra que o vitiligo afeta uma em cada cem pessoas. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o vitiligo tem origem genética e não é contagioso. A enfermidade é caracterizada pelo aparecimento de manchas brancas na pele, decorrentes da redução ou ausência dos melanócitos (células responsáveis pela formação da melanina, o pigmento que dá cor à pele humana). Mas não causa dor, coceira ou desconforto. 

A SBD esclarece que o vitiligo pode manifestar-se das seguintes maneiras: focal (manchas pequenas em uma área específica do corpo); mucosal (manchas somente nas mucosas, como lábios e região genital); segmentar (manchas distribuídas unilateralmente, apenas em uma parte do corpo); acrofacial (manchas nos dedos e em volta da boca, dos olhos, do ânus e genitais); comum (manchas no tórax, abdome, pernas, nádegas, braços, pescoço, axilas e demais áreas acrofaciais); e universal (manchas espalhadas por várias regiões do corpo).

Dermatologista 

“Quem percebe uma mancha sem cor de pele ou branca, bem delimitada e especialmente simétrica (que ocorre dos dois lados do corpo, na mesma área), precisa procurar um dermatologista para realizar uma avaliação clínica dermatológica e fazer exames complementares. É importante iniciar os cuidados e fazer a averiguação da causa o quanto antes”, recomenda a Dra Mariele Bevilaqua, dermatologista do Hospital Moinhos de Vento. “Se o paciente começa o tratamento cedo, a chance de reverter o quadro é maior do que em um vitiligo estável, de evolução de muitos anos”, argumenta a médica, que também integra a SBD. 

Fator Emocional

“Situações traumáticas podem desencadear o vitiligo rapidamente, pois o fator emocional tem grande influência. As pessoas podem desenvolver lesões em alguns meses - ou dias - depois de alguma situação de forte estresse, especialmente emocional”, observa a especialista. “Pacientes que perderam familiares ou outros entes queridos, especialmente de Covid, desencadearam o vitiligo durante a pandemia. O isolamento social imposto pelo período, gerou depressão e ansiedade, agravando os casos”, analisa a Dra Mariele Bevilaqua. "Infecções, deficiências vitamínicas e doenças autoimunes, como tireoidites (que dispararam nesta época), também podem ter servido de gatilho para causar o vitiligo”, complementa. 

Tratamento psicológico

A VR Foundation argumenta que, muitas vezes, o vitiligo leva à depressão e ao isolamento, especialmente as crianças. “Causa danos estéticos e, consequentemente, algum prejuízo psicológico, porque os pacientes ficam envergonhados e temem sofrer bullying”, explica a médica do Moinhos de Vento. “Por isso, o acompanhamento psicológico é essencial para o controle do gatilho causal, principalmente se este for emocional, como algum distúrbio relacionado à depressão ou ansiedade”, explica. A dermatologista também ressalta a importância da terapia, juntamente com o tratamento clínico e medicamentoso (que pode ser encontrado no Hospital Moinhos de Vento), para que o portador saiba lidar com a doença e consiga diminuir o estresse causado por ela, como possíveis sintomas depreciativos. 

Prevenção

De acordo com o Ministério da Saúde, não existem formas de prevenção do vitiligo. Quem possui histórico familiar da doença, precisa ficar ainda mais atento e procurar por dermatologistas, caso surjam lesões na pele. Cerca de 30% dos casos são hereditários. Quem já possui o diagnóstico de vitiligo deve evitar o uso de roupas apertadas ou que provoquem atrito e pressão sobre a pele. Também é importante evitar a exposição do corpo ao sol forte e usar um filtro solar adequado, pois as áreas sem pigmento tendem a queimar mais fácil e, assim, aumentar a chance de câncer de pele. Se possível, atenuar o estresse também é outra medida que pode ajudar.

Fonte: Dra Mariele Bevilaqua (CRM 35080) é dermatologista do Hospital Moinhos de Vento.

 

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Prêmios e Certificações

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