A penúltima edição do Grand Round do Hospital Moinhos de Vento e Johns Hopkins Medicine International, realizada dia 24 de novembro, teve como foco a temática Prescrição de Reabilitação: Foco na Evidência e na Inovação, com a participação dos palestrantes Flávia Gomes Martinez, fisioterapeuta doutora em Neurociências pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Leonardo Miguel Correa Garcia, líder do Serviço de Fisioterapia do Hospital Moinhos de Vento. A mediação foi conduzida pelo Chefe do Serviço de Pneumologia e Cirurgia do Hospital Moinhos de Vento, Dr. Marcelo Basso Gazzana.   Na abertura do evento, o gerente médico do Hospital Moinhos de Vento Dr. Gabriel Dalla Costa ressaltou que essa edição, assim como os outros encontros multidisciplinares, teve por objetivo aproximar cada vez mais a área médica das áreas assistenciais, além da intenção de divulgar as mudanças que estão em curso no Hospital Moinhos de Vento como um novo modelo que está sendo proposto de organização da fisioterapia e da reabilitação. Esse tema adquire uma grande importância na medida em que se vive um momento de transição epidemiológica e demográfica, principalmente dentro dos hospitais. Hoje as estatísticas apontam que entre 10 e 15% dos pacientes hospitalizados são críticos e crônicos. Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde até 2020 esse número pode chegar a 30% de pacientes portadores de condições crônicas que necessitam de reabilitação especializada e intensiva.   A fisioterapeuta Flávia Gomes Martinez falou sobre inovação, movimento humano e evidências em fisioterapia e novas tecnologias. A especialista levou a plateia repleta de fisioterapeutas a uma reflexão sobre como está sendo conduzida a reabilitação, qual o papel do fisioterapeuta na vida do paciente e como o profissional deve agir diante das evidências cientificas.   Ela lembra que quando se inicia um programa de reabilitação independente da fase em que o paciente se encontra, o profissional precisa analisar aspectos genéticos, biológicos, faixa etária, estado de saúde, histórico motor e ambiente em que vive.   Alguns princípios norteiam a prática do fisioterapeuta como a adaptação que esse corpo irá sofrer com as intervenções e o princípio da especificidade da tarefa que é fundamental para recuperar as funções (reabilitação da marcha, membro superior ou capacidade cardiopulmonar) desse paciente.   Tudo isso baseado num exame clínico muito criterioso, na análise dos exames complementares e na contextualização das comorbidades do paciente, seu estado mental, cognitivo, a motivação e a situação em que ele se encontra, a frequência dos encontros e quais são os fatores intervenientes dessa prática, vislumbrando a atividade interdisciplinar. “O grande desafio da fisioterapia é estimular a plasticidade benigna dos tecidos, sejam eles músculos esqueléticos ou sistema neuromuscular. Ou seja, precisamos saber como essas células responderão as quebras de homeostase às quais vamos submetê-las”, destaca. Flávia explica que a espasticidade (tônus muscular) só vai ser conquistada se os objetivos forem traçados a curto, médio e longo prazo de forma precisa.  

Reestruturação do Serviço

O fisioterapeuta Leonardo Garcia falou sobre a reestruturação do Serviço de Fisioterapia do Hospital Moinhos de Vento. Em 2016, o Serviço completa 15 anos de existência e ao longo dos anos houve um crescimento significativo do número de pacientes atendidos, assim como a evolução da qualidade técnica e assistencial da equipe. Além disso, houve uma aproximação da área da educação com a assistência, refletindo positivamente no cuidado prestado. “No início atendíamos em média 30 pacientes por dia e agora ultrapassamos 200 atendimentos. Estamos aprimorando a assistência prestada, com a sistematização, padronização, inovação e implantação de novos modelos, assim como uma maior aproximação das equipes médicas”, explica.   A busca por qualidade e excelência nos atendimentos, é prioridade, segundo o especialista. “Precisamos readequar a dinâmica de serviços prestados. A equipe atua por especialidades, aplicando um tratamento que responde a necessidade individual do paciente e não de forma repetitiva, conseguindo assim prestar assistência adequada a cada prescrição”, completa.   De acordo com Leonardo, a palavra de ordem é a inovação no conceito e na atuação junto aos pacientes. “Hoje monitoramos a mobilidade de todos os pacientes que estão em fisioterapia, o que reflete a qualidade das intervenções, com o auxílio de recursos tecnológicos na área terapêutica como os ventiladores não invasivos, o recurso do cough assist (grande diferencial do serviço), eletroterapia e a prancha ortostática para pacientes neurológicos, antecipando a reabilitação desses pacientes”, destaca.   O Serviço funciona 24 horas, sete dias por semana, com 39 fisioterapeutas a disposição da Instituição. Na área são desenvolvidas as seguintes atividades e projetos: gerenciamento da mobilidade, projeto de mobilização precoce na CTI, na diálise ambulatorial, na CTI Neonatal, na Emergência, reabilitação pulmonar em âmbito ambulatorial e na TMO com os pacientes que passam por transplante de medula óssea.   O Serviço de Fisioterapia atua dentro de protocolos das especialidades (marcadores específicos) baseados em evidencias que indiquem a dose certa de fisioterapia e o tipo de intervenção mais adequada para os pacientes nas seguintes áreas: Ortopedia, Neurologia, Pneumologia, Cardiologia, Clínica, Oncologia, Pediatria e Neonatal. Esses protocolos estão sendo elaborados baseados em evidências com a participação das chefias médicas. Os protocolos ideais precisam analisar os desfechos, buscam a inovação e consequentemente visam a educação e pesquisa.  

Proposta operacional

Hoje a prescrição médica para a fisioterapia é feita no momento da internação do paciente e define a dose e a frequência que deve ser desenvolvida. O novo modelo mantém a prescrição médica, porém será o fisioterapeuta especialista da área específica que vai avaliar o paciente e aplicar o protocolo com a dosagem e a frequência necessária. O resultado desse novo processo será a análise dos desfechos na terapêutica do paciente e a verificação da efetividade dos protocolos. Durante esse processo, o gerenciamento é diário e os pacientes são acompanhados até o momento da alta hospitalar.
Fonte: Cobertura Grand Round – 24/11

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Prêmios e Certificações

Entrada 1 - Rua Ramiro Barcelos, 910 - Moinhos de Vento, Porto Alegre - RS, 90035-000
Entrada 2 - Rua Tiradentes, 333
Av. João Wallig, 1800 - 3º andar - Shopping Iguatemi Porto Alegre
Avenida Cristóvão Colombo, 545 - Espaço Comercial P5-1