A campanha deste ano da Sociedade Brasileira de Dermatologia para o Dezembro Laranja busca conscientizar a população sobre as principais formas de prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de pele. O tema deste ano é Não arrisque sua pele, e alerta que os cuidados com a exposição ao sol devem começar desde cedo.

Para dar algumas dicas sobre a doença, convidamos três médicos do Hospital Moinhos de Vento, Dr. Felipe Pinho e Dra. Helena de Andrade, ambos oncologistas, e a Dra. Thais Corsetti Grazziotin, que é dermatologista.

O que é câncer de pele melanoma?

O melanoma é o tipo menos comum, porém o mais agressivo dos tumores. Trata-se de um câncer que se origina nos melanócitos, as células produtoras de melanina (substância que determina a cor da pele). O melanoma tem a capacidade de invadir qualquer órgão, o que pode desenvolver metástases, inclusive no cérebro e no coração. 

O tumor é mais frequente em pessoas com fatores de risco como pele clara e sensível ao sol, olhos e cabelos claros, presença de muitos sinais e antecedente pessoal ou familiar de câncer de pele. Entretanto, ela também pode acometer qualquer tipo de pele e áreas não expostas, como a palma das mãos, plantas dos pés, genitais e unhas. Um histórico de exposição intensa ao sol, com episódios de queimaduras solares, exposição crônica à radiação ultravioleta ou exposição à radiação do bronzeamento artificial podem vir a ser possíveis causas.

Atenção aos sinais

O diagnóstico precoce é fundamental para melhorar as chances de cura da doença. Quando descoberto no início, tem mais de 90% de chances de cura. É preciso estar atento a sinais que modificam ao longo do tempo, mudam de cor, de formato, de relevo ou crescem. Assim como feridas que não cicatrizam e lesões que coçam ou sangram.

Recomenda-se que o paciente conheça bem sua pele e suas pintas. Conte com a ajuda de um familiar ou amigo para conferir as regiões que você tenha mais dificuldade de enxergar. Caso alguma pinta suspeita seja identificada, a consulta com o dermatologista deve ser marcada o quanto antes. Confira a regra do ABCDE, que aponta sinais sugestivos de tumor de pele do tipo melanoma:

• Assimetria: uma metade do sinal é diferente da outra;
• Bordas irregulares: contorno mal definido;
• Cor variável: presença de várias cores em uma mesma lesão (preta, castanha, branca, avermelhada ou azul);
• Diâmetro: maior que 6 milímetros;
• Evolução: mudanças observadas em suas características (tamanho, forma ou cor).

Caso identifique alguma lesão suspeita, é recomendado procurar um médico dermatologista para avaliação. O especialista pode realizar o exame de dermatoscopia, que é um procedimento não invasivo com uma lente polarizada de aumento que permite fazer um diagnóstico preciso. 

Atualmente, devido às novas tecnologias, também é possível curar pacientes em estágios avançados da doença. Através de imunoterapias e terapia alvo contra genes específicos do melanoma.

Previna-se! 

Conhecer os hábitos de fotoproteção desde cedo é a melhor forma de prevenção, pois são ensinamentos que podem ser disseminados e que seguem para a vida toda. Algumas principais dicas são: 

• Usar filtro solar com proteção igual ou superior a FPS 30 e reaplicando a cada duas horas ou antes, se houver contato com a água;
• Uso de óculos de sol, camiseta, boné ou chapéu;
• Evitar exposição entre às 9 horas e às 15 horas.
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É importante incluir em seus exames de rotina uma consulta anual com um dermatologista. Ele é o profissional mais habilitado para o diagnóstico clínico de uma lesão suspeita de melanoma.

Fonte: Dra. Thais Corsetti Grazziotin, dermatologista, Dr. Felipe Pinho e Dra. Helena de Andrade, oncologistas do Hospital Moinhos de Vento.