Com o aquecimento global, os países estão enfrentando mudanças climáticas acentuadas. No Brasil, este fenômeno também é percebido, especialmente no Rio Grande do Sul, onde os gaúchos vivenciam oscilações entre calor e frio em plena primavera. Mas será que toda esta instabilidade pode desencadear alergias? O médico alergista e imunologista do Núcleo de Alergia e Imunologia do Hospital Moinhos de Vento, Dr. Renan Augusto Pereira, respondeu a esta e a outras várias dúvidas, de forma didática e objetiva. Acompanhe, abaixo:

Quais as alergias que podem surgir nesta época do ano?

Dr. Renan Augusto Pereira: Nestas mudanças de temperatura, as alergias respiratórias e cutâneas são as que mais acometem as pessoas. Das alergias respiratórias, principalmente aqui no Sul, temos que lembrar da rinite e da asma alérgica, que atacam as vias aéreas superiores e inferiores, respectivamente. Na primavera, também percebemos a rinite sazonal, por causa do pólen.

Já as alergias cutâneas aparecem o ano todo, mas, com a mudança de temperatura, alguns pacientes podem perceber uma piora da dermatite atópica. Nos períodos de frio, ela pode piorar por causa dos tecidos sintéticos que usamos. E, no calor, pode piorar com o suor, que é potencialmente irritativo para a pele atópica.

Quais as dicas para quem tem problemas de alergia?

Dr. Renan Augusto Pereira: A principal dica para se prevenir é consultar com um alergista e fazer um acompanhamento destas doenças. Muitas pessoas usam remédios anti alérgicos, corticoides ou só para o alívio dos sintomas e não fazem o tratamento correto, profilático (ou preventivo) dessas enfermidades, com o qual os sintomas melhoram muito, assim como a qualidade de vida do paciente.

Outra dica importante é se hidratar bem, tomando bastante água. E, para quem tem alergia cutânea, é imprescindível utilizar o hidratante de forma correta, com sabonetes específicos recomendados para peles atópicas (secas e sensíveis) e também usar medicações, conforme a orientação do médico. Para as alergias respiratórias é sempre bom fazer a lavagem nasal, que ajuda a evitar que haja uma piora dos sintomas e também fazer uso das medicações recomendadas pelo médico.

E quais são os principais mitos relacionados às alergias?

Dr. Renan Augusto Pereira: Acho que o principal mito está, justamente, na hora de definir o que é a alergia e infecção. Isso porque estamos tendo uma grande frequência e incidência de infecções das vias aéreas superiores, seja de COVID-19 ou não, especialmente causadas por vírus. Então, as pessoas confundem muito esses sintomas de alergia. Às vezes, acham que estão com rinite, mas, na verdade, estão com uma infecção por vírus. 

Como é possível diferenciar as alergias dos processos virais?

Dr. Renan Augusto Pereira: Pessoas que estão com processos virais têm a presença de sintomas, como febre, dor no corpo e dor de cabeça. Mas se o paciente estiver com obstrução nasal (nariz trancado), coriza (nariz escorrendo) ou com coceiras nos olhos ou no nariz é mais provável que esteja com rinite alérgica. Mas, de qualquer forma, tem que consultar com um médico, porque essas duas condições podem estar juntas.

A vacina protege contra as alergias?

A imunização contra a COVID ou gripe (influenza) protege contra a evolução para formas graves destas doenças. Infelizmente, não protege contra alergias, mas contribuem para que a pessoa não desenvolva um quadro mais agressivo de doenças mais graves.

Fonte: Dr. Renan Augusto Pereira (CRM 46722), alergista e imunologista do Núcleo de Alergia e Imunologia do Hospital Moinhos de Vento

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