Dados do INCA estimam, para cada ano do triênio de 2020-2022, 20.540 novos casos de câncer de cólon e reto em homens e 20.470 em mulheres no Brasil. A médica Heloisa Guedes Mussnich, chefe do Serviço de Coloproctologia do Hospital Moinhos de Vento explica que o tumor normalmente se desenvolve a partir de pólipos benignos que se formam no intestino de pessoas com hábitos alimentares mais voltados a proteína e gordura animal, sedentários ou com alguma predisposição genética.
Entre os sintomas mais comuns estão sangramento, alteração da função intestinal e eliminação de muco nas fezes: “Com frequência o início é silencioso, levando o paciente a apresentar sintomas em fases mais avançadas da doença”, aponta. Ela lembra que hemorróidas não causam câncer de intestino, mas podem ter sintomas semelhantes e devem ser sempre investigadas com uma consulta ao médico coloproctologista.
O rastreamento da doença pode ser feito com teste de sangue oculto nas fezes e exames intestinais endoscópicos, como retossigmoidoscopia e colonoscopia. A colonoscopia é considerada padrão ouro para a detecção de pólipos ou lesões malignas nos diversos estágios.
Hábitos saudáveis são essenciais para a prevenção
Sedentarismo, hábitos alimentares pobres em fibras e ricos em proteína e gordura animal, além do tabagismo, estão relacionados aos fatores de risco para desenvolvimento do câncer colorretal. Em contrapartida, uma alimentação saudável e um estilo de vida menos estressante com atividade física regular são ligados a um menor risco. “Algumas famílias podem portar herança genética para esse tipo de tumor, sendo assim, devem ser orientadas a fazer uma vigilância específica a fim de proteger seus descendentes”, lembra Heloísa.
Ela ressalta que os programas de prevenção têm enfatizado a necessidade de incluir exames de rastreamento na população acima de 45 anos de vida, período a partir do qual aumenta estatisticamente a chance de desenvolver pólipos e tumores. O tratamento do câncer colorretal pode envolver desde a retirada de um pólipo contendo pequena área de malignização -procedimento realizado por polipectomia endoscópica, mucosectomia ou ressecção endoscópica submucosa- em casos bem iniciais, até cirurgia com remoção da porção afetada do intestino, radio e/ou quimioterapia.