Herpes-Zóster agora tem vacina

Recentemente, o cantor Justin Bieber assustou seus fãs ao falar que sofre da Síndrome de Ramsay Hunt (SRH) e mostrar o seu rosto parcialmente paralisado. A doença decorre da reativação do vírus varicela-zoster nos nervos periféricos. Na infância, ele causa a varicela, popularmente conhecida como catapora. Entretanto, na fase adulta do indivíduo, após várias décadas incubado nos nervos, o vírus pode reativar no organismo de forma bem agressiva como a síndrome rara que afetou Bieber. O tipo mais comum na população, mas não menos incômodo, é o quadro de Herpes-Zóster (HZ) popularmente conhecido como “cobreiro”, que forma lesões na pele com prurido e intensa dor local. A notícia favorável é que a vacina contra o varicela-zoster já está disponível no Brasil, inclusive no Hospital Moinhos de Vento.

O infectologista e supervisor do Núcleo de Vacinas do Hospital, Dr. Paulo Ernesto Gewehr Filho, observa que a procura pelo imunizante, que chegou há cerca de 15 dias no Moinhos, está acima das expectativas. “Estamos com procura acima do esperado, pois esta vacina era muito aguardada por médicos e pacientes, principalmente os imunodeprimidos”, relata. E o processo é muito simples. O interessado precisa tomar duas doses da vacina, que devem ser recebidas em um intervalo de dois meses.

Quais são os benefícios da nova vacina?

Entre os benefícios, a vacina diminui a chance da manifestação da enfermidade, com 90% de eficácia. Ainda contribui para abrandar a duração e intensidade da doença, em quem já a desenvolveu, pois terá o seu sistema imunológico reforçado, e diminui o risco da sequela mais comum do HZ, a  neuralgia pós-herpética, um quadro de dor crônica que pode permanecer na área afetada após a reativação.

Quem pode se vacinar?

O especialista recomenda que todas as pessoas com mais de 50 anos de idade e, principalmente imunodeprimidos a partir de 18 anos, recebam a nova vacina. “É uma oportunidade que nunca tivemos de prevenir o HZ neste grupo de pessoas com problemas de imunidade através de uma vacina, justamente onde o risco da doença é muito maior que na população em geral. A doença pode debilitar e prejudicar a qualidade de vida do paciente pelo quadro de dor crônica que pode levar a quadros de depressão, ansiedade e distúrbios do sono. Em alguns casos pode evoluir de forma grave necessitando internação hospitalar para tratamento”, afirma o Dr. Paulo Gewehr Filho, que também é coordenador médico das Unidades Externas do Hospital Moinhos de Vento. 

Quais são os sintomas da doença?

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) garante que a dor é, justamente, o sintoma mais importante do Herpes Zoster. Ela surge antes do aparecimento de pequenas bolhas, que caracterizam esta moléstia, e pode permanecer por semanas ou meses, mesmo após a cicatrização destes ferimentos. Regularmente, estas erupções podem surgir em várias regiões do corpo, como tronco, face ou membros, de forma agrupada no formato de faixa, acometendo geralmente um lado do corpo. O diagnóstico costuma ser clínico e fácil, após o surgimento das lesões. 

Como tratar?

O tratamento é feito com medicações antivirais, administrada idealmente até 72 horas após o início do quadro. A SBD chama a atenção para o surgimento de lesões na região centro-facial, abrangendo o nariz e os olhos. A recomendação é para que a pessoa procure um médico imediatamente, pois pode ser necessária internação para medicação intravenosa, a fim de evitar complicações como cegueira ou meningite.

Existem muitos casos?

Segundo o Dr. Gewehr Filho, houve um aumento no número de casos de Herpes Zoster, que também pode ser transmitido por contato físico para quem ainda não teve varicela, durante os primeiros anos da pandemia de COVID-19. As causas ainda são uma incógnita, mas o estresse ou falhas no sistema imunológico do indivíduo e a própria infecção respiratória podem ter agravado este cenário. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) acrescenta que, de forma geral, várias condições estão associadas ao aparecimento da doença sendo a imunossenescência, o envelhecimento do sistema imunológico nos idosos, a principal causa. Outros fatores importantes são as doenças que diminuem o funcionamento do sistema  imunológico como câncer, HIV, doenças auto-imunes, os tratamentos imunossupressores, e os estados de estresse psicológico mais intensos.

Então, especialmente se você tem mais de 50 anos ou possui imunodepressão, vá até o Núcleo de Vacinas do Hospital Moinhos de Vento e converse com os especialistas. Busque por mais informações e se vacine! A prevenção sempre é o melhor caminho.

Fonte: o Dr. Paulo Ernesto Gewehr Filho (CRM 29512) é médico infectologista, supervisor do Núcleo de Vacinas e coordenador médico das Unidades Externas do Hospital Moinhos de Vento.

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Prêmios e Certificações

Entrada 1 - Rua Ramiro Barcelos, 910 - Moinhos de Vento, Porto Alegre - RS, 90035-000
Entrada 2 - Rua Tiradentes, 333
Av. João Wallig, 1800 - 3º andar - Shopping Iguatemi Porto Alegre
Avenida Cristóvão Colombo, 545 - Espaço Comercial P5-1