A pressão arterial é um dos principais fatores relacionados à morbidade e mortalidade de origem cardiovascular. Dessa forma, a correta medida dos valores da pressão arterial traz importante avaliação prognóstica para o paciente. A última edição do Grand Round promovido, dia 11/05 pelo Hospital Moinhos de Vento e Johns Hopkins Medicine International, abordou o impacto da monitorização nos sinais vitais na tomada de decisão clínica, com a presença da palestrante, a Dra. Maria Claudia Costa Irigoyen, fisiologista e professora do Departamento de Cardiopneumonologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e chefe do laboratório de hipertensão experimental do Instituto do Coração da Universidade de São Paulo. O evento contou com a participação da médica nefrologista do Hospital Moinhos de Vento, Dra. Ana Stein, que está à frente de muitos projetos de pesquisa desenvolvidos pela Instituição. Em sua conferência, Dra. Maria Claudia Irigoyen, destacou a importância do monitoramento do sistema de controle autônomo e controle cardiovascular na avaliação dos sinais vitais. De acordo com a médica, o acompanhamento da variabilidade da frequência cardíaca e da pressão arterial sistólica fornece informações importantes a respeito do controle autonômico, pois expressa quantitativamente o resultado da ação do sistema nervoso autônomo sobre o sistema cardiovascular. Conforme a fisiologista, quanto menor a oscilação da frequência cardíaca, maiores serão os riscos de doenças do coração. Além disso, essa variabilidade constitui um importante fator prognóstico para o aparecimento de eventos cardíacos em indivíduos previamente sadios e nos portadores de cardiopatias. Ela explica que o sistema arterial envolve mecanismos neurais e neuro-humorais que modulam não só a atividade do sistema nervoso autônomo para o coração e para os vasos, como também o volume sanguíneo e a secreção de vários hormônios. “Os efeitos determinados pela ação hormonal não são instantâneos como os neurais, mas, sendo mais duradouros tornam o controle da pressão arterial mais efetivo, especialmente em situações de elevações ou quedas prolongadas da pressão”, comenta. A pressão arterial é uma das mais importantes variáveis a serem mantidas dentro daquela faixa estreita de variação, que se considera de normalidade. Dra. Maria Claudia explica que a pressão arterial é tão importante que precisa ser monitorada continuamente. “A própria homeostase se encarrega disso, fazendo variar a frequência cardíaca”. Ela compara a expectativa de vida à frequência cardíaca em diferentes mamíferos. Por exemplo, o camundongo tem 600 batimentos por minuto e vive muito menos e o ser humano tem uma frequência cardíaca muito mais baixa, porém apresenta maior longevidade. Desta forma, se supõe que todos os seres vivos ao final de sua vida terão tido aproximadamente o mesmo número de batimentos cardíacos. Desde 1999 já se revisava o valor máximo de frequência cardíaca a partir da qual se poderia considerar que havia risco cardiovascular. Neste período havia indícios de que a partir de 80 batimentos por minuto, surgia o aumento do risco cardiovascular, sugerindo que os valores para frequência cardíaca deveriam ser quantificados. Entretanto, há 50 anos se sabe que o prognóstico da insuficiência cardíaca de modo geral está associado ao aumento da atividade simpática, medida naquela época pela adrenalina. Em função dessas evidencias há alguns anos se utilizam os beta-bloqueadores no manejo da insuficiência cardíaca. O sistema nervoso autônomo além de controlar a frequência cardíaca, participa de outros processos homeostáticos, entre eles à resposta à isquemia, reduzindo a área de lesão e a inflamação do local. A interpretação das medidas da variação da frequência cardíaca e da pressão arterial são feitas através do uso de marcadores isotópicos onde se consegue ter uma ideia da quantidade que é produzida e liberada por aquele órgão. Essa medida está sendo implantada em várias instituições e requer uma estrutura ao menos de nível ambulatorial para realizar as medidas. Pelo uso de eletrodos é possível registrar a atividade do sistema simpático no nível da musculatura. A especialista destaca, ainda, que os batimentos cardíacos em condições fisiológicas não são totalmente regulares, havendo uma pequena variação contínua entre cada batimento nos indivíduos normais em ritmo sinusal. “O coração apresenta inervação autonômica simpática e parassimpática que modulam o seu funcionamento de maneira antagônica através do balanço entre as suas respectivas atuações”, conclui.

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Prêmios e Certificações

Entrada 1 - Rua Ramiro Barcelos, 910 - Moinhos de Vento, Porto Alegre - RS, 90035-000
Entrada 2 - Rua Tiradentes, 333
Av. João Wallig, 1800 - 3º andar - Shopping Iguatemi Porto Alegre
Avenida Cristóvão Colombo, 545 - Espaço Comercial P5-1