Muitos hospitais e laboratórios disponibilizam resultados de exames pela internet. Isso facilita o acesso dos pacientes, que não precisam gastar tempo indo até o local para retirar os laudos. Porém, é preciso ter disciplina e não interromper o ciclo médico (consulta, realização de exames e retorno ao profissional), buscando explicações em locais não confiáveis ou na internet.   Ao interpretar os laudos de maneira equivocada, o paciente pode se prejudicar, gerando preocupações desnecessárias. “Se o indivíduo decide ler o exame por conta ou opta por acessar sites que se dizem explicativos, pode acabar causando muita angústia e apreensão, pois as informações são direcionadas a profissionais treinados para interpretá-las. Além disso, se o diagnóstico for preocupante, o médico terá toda uma maneira especial de conduzir a situação, de forma a não gerar grande ansiedade ou até mesmo desespero”, explica Sérgio Brodt, chefe do Serviço de Medicina Interna do Hospital Moinhos de Vento.  

“Se o indivíduo decide ler o exame por conta ou opta por acessar sites que se dizem explicativos, pode acabar causando muita angústia e apreensão, pois as informações são direcionadas a profissionais treinados para interpretá-las.”

  O esclarecimento é importante e todo paciente tem o direito de ter amplo conhecimento sobre suas condições de saúde. Não se trata de esconder alguma informação, mas sim de, caso o resultado seja preocupante, conduzir a situação de uma maneira profissional. “Nem todas as pessoas têm condições psicológicas de receber pela internet, por exemplo, a informação de que possuem um tumor maligno agressivo. Certamente, essa informação será muito melhor conduzida por um médico treinado”, frisa.   Um dos efeitos mais negativos de buscar resultados em outras fontes de informação que não um profissional, realmente é a ansiedade e o medo gerados, muitas vezes sem necessidade. “Inúmeras vezes atendi pessoas em pânico por dias ou semanas por não entender um nome estranho no laudo ou por ter um exame ligeiramente fora da referência contida no mesmo que, na realidade, seriam achados sem gravidade alguma”, comenta o profissional.    

Fonte: Sérgio Brodt (CRM 020152), chefe do Serviço de Medicina Interna do Hospital Moinhos de Vento

Foto: golubovy/iStock