Atividades realizadas de maneira on-line já faziam parte da rotina de muitas pessoas há alguns anos. Com a necessidade do trabalho remoto em função da pandemia, para muitos trabalhadores essa tornou-se a única opção para dar continuidade às demandas profissionais. É comum encontrar pessoas que tenham seus dias preenchidos por videoconferências consecutivas, com assuntos que podem ser completamente diferentes. 

Essa rotina, quando realizada sem momentos de descanso, pode não ser benéfica para a saúde. Uma pesquisa realizada pela Microsoft  mostrou que várias reuniões virtuais em sequência são estressantes, mas também apontou uma solução para evitar que se chegue a este ponto: fazer intervalos curtos entre as reuniões. Segundo os pesquisadores, além de deixar as pessoas menos exaustas no fim do dia, os intervalos são importantes para melhorar a capacidade de concentração e engajamento com as reuniões. 

A médica neurologista do Hospital Moinhos de Vento Brunna Jaeger Teló, concorda que as pausas são fundamentais nessas situações: “A inserção das pausas permite que o cérebro se autorregule e diminua a carga cognitiva, melhorando seu desempenho, especialmente em situações intensas”, orienta. Para exemplificar, ela explica que, se uma pessoa exerce uma atividade motora repetitiva, pode acabar desenvolvendo uma lesão por esforço repetitivo. Com o cérebro funciona da mesma forma, pois o excesso de demandas pode trazer consequências para a saúde: “Por isso a importância do descanso, por mais breve que seja, com o objetivo de evitar problemas futuros, como o Burnout, ansiedade, depressão, diminuição de rendimento e até mesmo lesões musculares e dor de cabeça”, alerta.

 

Já que são comuns as queixas de esgotamento ao fim de um dia repleto de reuniões, fica a pergunta: as atividades realizadas pelo computador demandam mais do cérebro do que as presenciais? Segundo a médica, a exigência das funções cognitivas cerebrais vai depender muito mais do quanto essa atividade demanda, do grau de desgaste, do tempo e estresse gerados do que unicamente do formato ser on-line ou presencial: “Os dois tipos de atividades vão ativar recursos cerebrais e redes neuronais distintas. Além disso, uma agenda sem intervalos e sobrecarregada on-line vai exigir tanto quanto uma agenda presencial no mesmo estilo”, comenta. 

É preciso atenção também ao excesso de uso do celular. Ao ficar muitas horas no aparelho, o cérebro é submetido a um ininterrupto fluxo de informações, permanecendo em constante estimulação: “Isso pode afetar a forma como as pessoas pensam, prejudicar o sono, a forma de lidar com habilidades sociais e com as emoções, além de gerar dependência” complementa. 

 

Meditação: uma grande aliada 

O estudo também mostrou que os participantes que meditaram durante o intervalo entre as atividades on-line iniciaram sua próxima reunião em um estado mais relaxado. Segundo Brunna, a meditação induz a um estado elevado de consciência e atenção e tem benefícios comprovados em reduzir ansiedade, depressão, sobrecarga cognitiva, melhorar a memória, concentração, adição, e capacidade de lidar com as emoções: “São diversos os benefícios comprovados por meio de estudos. Alguns deles mostraram que a meditação pode inclusive alterar a estrutura do cérebro, aumentando a espessura do hipocampo, o centro da memória”, comenta.

 

A importância de priorizar a saúde física e mental e de adotar hábitos saudáveis mesmo com a rotina corrida

 

O aumento de demandas e o constante fluxo de informações é uma realidade na vida contemporânea que pode levar à sobrecarga cognitiva. Os sinais mais comuns são dores de cabeça frequentes, dores musculares, mente inquieta, insônia, preocupação em excesso e dificuldade de relaxar. Mas o que fazer nestes casos? “As pausas para uma simples respiração, uma meditação curta, aumentar o estado de presença podem ser medidas simples com um grande impacto em saúde mental a longo prazo. Encontre suas atividades de descanso, que permitam que seu cérebro diminua o ritmo. Trabalhe na prevenção, adote um estilo de vida saudável, acolha-se, faça atividade física, alimente-se bem. Você pode ter informações e múltiplas ferramentas para ajudar, mas a única pessoa que pode assumir essa mudança é você”, alerta a médica.

É importante o planejamento e a organização para conseguir inserir pausas no dia a dia, o que, segundo a médica neurologista, deve despertar a conscientização das grandes empresas e da comunidade como um todo. “É importante também adicionar momentos de autocuidado e acolhimento, atuando na prevenção de problemas de sobrecarga cognitiva e emocionais futuros” finaliza. 

 

Fontes: 

Dra. Brunna Jaeger Teló (CRM 39779), médica neurologista do Hospital Moinhos de Vento.

 

Pesquisa Microsoft: https://news.microsoft.com/pt-br/relatorio-de-atuacao-investigacao-do-cerebro/?ocid=AID3016523_LINKEDIN_oo_spl100002021742742

 

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