Recentemente, o apresentador e jornalista Tiago Leifert e a sua esposa, Daiana Garbin, anunciaram nas redes sociais que Lua, a filha do casal de 1 ano e 3 meses, está com um tumor nos olhos, conhecido por retinoblastoma. Leifert notou algo diferente pela primeira vez após voltar para casa de uma das gravações do programa The Voice Brasil. Em seu perfil no Instagram disse: “...peguei ela no berço para brincar e vi que ela não olhou no meu olho, olhou meio de lado. Ela estava olhando para mim, mas olhando meio para lá... E falei: 'Dai, ela não olhou no meu olho.' Ela gelou.”

Segundo a médica oftalmologista do Hospital Moinhos de Vento (HMV), Caroline Fabris, essa atitude do apresentador foi essencial. A melhor recomendação é que os pais se mantenham sempre atentos aos filhos, olhem para eles nos olhos e observem cada detalhe dos bebês e das crianças. “São os pais que percebem sinais suspeitos, pode ser um reflexo alterado nos olhos, lacrimejamento, desvio ocular ou hiperemia (aumento da quantidade de sangue circulando em um determinado órgão e/ou região do corpo). Enfim, os sinais de alerta são diversos, então basta levar ao médico oftalmologista para que a criança seja examinada minuciosamente”, indica.

O retinoblastoma é o câncer ocular mais comum em crianças, no entanto é raro e responde por 3% dos cânceres infantis. A idade mais frequente é com menos de 3 anos. Quanto à hereditariedade, um em cada três casos é causado por mutação no gene Rb1, presente em todas as células do corpo da criança. Destes, um a cada quatro casos é herdado de um dos pais da criança.

O Teste do olhinho e a procura por um especialista

Conforme a oftalmologista, o bebê que nasce na maternidade do Moinhos de Vento, por exemplo, é submetido a um exame completo pelo pediatra neonatologista e, imediatamente, todo o seu corpo é examinado criteriosamente, incluindo o “Teste do olhinho”. “Até 72 horas após o nascimento, o médico faz este teste e observa o reflexo vermelho da retina. Quando o médico ilumina os olhos do bebê com um flash de luz, a saúde ocular precisa apresentar um reflexo de cor vermelha”, comenta.

Caso haja alguma opacidade no olho, este reflexo estará de cor branca total ou parcialmente, pode estar menos luminoso ou modificado, incompleto, como no caso do retinoblastoma. Nessa situação, o neonatologista encaminha o bebê para um exame minucioso sob dilatação da pupila com um oftalmologista. Essa alteração sugere outras doenças congênitas, como: catarata, doença de Coats, malformações congênitas, entre outras.

A recomendação é ir até um especialista tão logo a criança apresente algum tipo de anormalidade em seus olhos. “Sempre procure um médico oftalmologista, pois olho vermelho pode ser uma simples irritação ou até mesmo o início de um câncer. As chances de se obter um diagnóstico são muito maiores quando examinado por um especialista”, alerta.

Os principais sintomas da doença

As crianças com retinoblastoma desenvolvem uma área branca e opaca na pupila, que se chama leucocoria, causada pela reflexão da luz provocada pela doença. No Brasil, essa condição é popularmente conhecida como “olho de gato” e é facilmente visível em fotos tiradas com flash.

Outros sintomas do tumor são: problemas na movimentação do olho (estrabismo, por exemplo); redução da visão em um olho, globo ocular maior que o normal, dor no olho e lacrimejamento e/ou olho vermelho.

O que fazer em caso de sintomas?

O retinoblastoma é um tumor maligno que pode levar ao óbito. Com a evolução da doença, invade o nervo óptico e o cérebro, causando a disseminação do tumor em áreas letais em 50% dos casos não detectados precocemente. “A criança deve ser levada ao oftalmologista tão logo o fenômeno seja identificado, porque, mesmo que não seja um retinoblastoma, isso pode causar a perda da visão”, enfatiza Caroline.

Com um simples exame de dilatação da pupila, o médico oftalmologista realiza o mapeamento da retina em ambos os olhos, que pode diagnosticar a neoplasia intra-ocular.

Como é o tratamento?

O tratamento é feito de acordo com o nível da doença. O procedimento pode ser feito em uma combinação entre quimioterapia sistêmica, intra-artetial , radioterapia, laser e crioterapia.

Existem chances de cura e sobrevida entre 95 e 98% dos casos detectados precocemente, enquanto o tumor se limita dentro do olho, sem disseminação para o nervo óptico ou cérebro. “Os oncologistas prezam pela preservação da visão e da melhor qualidade de vida possível. Os critérios de estadiamento e indicação de tratamento são complexos”, indica a oftalmologista do HMV.

Em casos extremos é indicado fazer a enucleação (retirada cirúrgica do olho) quando o tumor é unilateral (apenas um olho). Nessa situação, é quando o tumor ocupa mais do que 80% do volume do globo ocular.

Você já conhecia essa doença? Para descobrir mais sobre esse e outros temas envolvendo oftalmologia e oncologia, siga acompanhando o Blog Saúde e Você.

Fonte: Caroline Fabris, médica oftalmologista do Hospital Moinhos de Vento

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