Entre os principais sintomas causados pela Covid-19 está a perda de paladar e olfato. Estudos da Universidade Virginia Commonwealth demonstram que cerca de 80% de quem teve a doença permanece com os sintomas, por aproximadamente 30 dias após a recuperação.

Para o Dr. Afonso Mariante, otorrinolaringologista do Serviço de Otorrino do Hospital Moinhos de Vento, esses sentidos do corpo, essenciais para a vida e o cotidiano, podem voltar ao normal depois de um tempo. No entanto, pode demorar semanas ou meses para que isso aconteça.

Entretanto, o especialista alerta que caso a sequela persista, é necessário consultar um médico. O otorrinolaringologista fará um exame físico da área, muitas vezes associada a videoendoscopia para exclusão de outros problemas. O tratamento pode ser por meio de medicação específica, alinhado com treinamento olfativo.

Por que isso acontece?

Pode-se classificar as alterações do olfato como hiposmia (redução do olfato), bem como, a anosmia (ausência de olfato), parosmia (distorção do olfato), além da fantosmia (percepção na ausência de estímulo).

A perda do olfato e do paladar estão entre as principais sequelas da Covid-19. Apesar disso, é importante alertar que existem diversas outras causas como Rinossinusites Crônicas. Também há outros como:

  • Pólipos Nasais;
  • Tumores Nasais ou do Sistema Nervoso Central;
  • Doenças Degenerativas ou Metabólicas;
  • Redução da capacidade olfatória decorrente do envelhecimento natural.
  • Sinusite, rinite e resfriado simples.

Neste último exemplo, a situação pode ser mais leve, apenas mudando a forma de sentir o gosto ou cheiros. Isso acontece por conta das células que são afetadas e comprometem o paladar e o olfato.

Como funciona o treinamento olfativo?

É como uma fisioterapia para o nariz, a fim de ajudar na reabilitação. Afinal, ele estimula os nervos olfativos e pode-se usar produtos caseiros. Este estímulo é feito com um protocolo já definido, com cheiros conhecidos ou óleos essenciais.

São quatro odores básicos a serem mais estimulados: cítrico, floral, cravo e eucalipto. De acordo com a Dra. Raphaella Migliavacca, chefe do Serviço de Otorrinolaringologista do Serviço de Otorrino do Hospital Moinhos de Vento, essa prática ajuda muito na recuperação, além de ser barato, de fácil acesso e com produtos disponíveis no mercado. 

Existe alguma garantia na recuperação?

Por não ser um exercício que cause problemas mais tarde, é indicado e de forma precoce. 

Um fato muito importante para se levar em conta é que a recuperação pode demorar. Ou seja, tem chances de se prolongar durante alguns meses. 

O que fazer com o paladar?

Quando se trata do paladar, a situação é mais limitada, já que só existem cinco gostos básicos, e não se sabe, exatamente, como o vírus atua no organismo para causar a perda. 

Com base nesse problema, o mesmo tipo de treinamento do nariz pode ser feito, mas para apurar os sentidos das papilas gustativas. Para isso, usa-se os principais sabores conhecidos como:

  • Amargo;
  • Salgado;
  • Azedo;
  • Doce;
  • Umami (em tradução livre, algo saboroso).

Algumas das opções para o exercício são um pouco de limão na água, chá de boldo ou comer tomates. Após o início do treinamento, pode ser que o paladar volte em torno de dez dias. Já algumas pessoas podem apresentar melhoras depois de quase um ano. Nestes casos, é necessário fazer uso de medicamentos recomendados por um médico. 

Perda permanente 

Grande parte dos pacientes se recuperam, uma porcentagem mínima, de aproximadamente 3%, pode não retornar ao estado normal, anterior à infecção pelo vírus SARS-CoV-2. Os males causados pela doença, a médio e longo prazo, ainda não estão claros. Por isso, é preciso ter atenção aos detalhes e buscar atendimento médico se necessário. 

Agradeçemos pela sua inscrição!

Prêmios e Certificações

Entrada 1 - Rua Ramiro Barcelos, 910 - Moinhos de Vento, Porto Alegre - RS, 90035-000
Entrada 2 - Rua Tiradentes, 333
Av. João Wallig, 1800 - 3º andar - Shopping Iguatemi Porto Alegre
Avenida Cristóvão Colombo, 545 - Espaço Comercial P5-1