Receber o diagnóstico de uma doença nunca é fácil. Quando se trataram das disfunções que afetam o coração, o quadro geralmente pede ainda mais equilíbrio emocional. Porém, em muitos casos, o fato de ter alguma doença, ou o medo do diagnóstico, acaba causando repercussões em outras áreas da saúde do paciente. A presença de um sintoma psiquiátrico ou estresse emocional, por exemplo, pode levar a mudanças nos hábitos de vida da pessoa, favorecendo comportamentos como abuso de álcool, tabagismo, obesidade, aumento da pressão arterial, que por sua vez aumentam o risco de doenças cardíacas.   “Os sintomas ansiosos e depressivos são relativamente comuns nos pacientes com doenças cardíacas. Se estar doente é um evento objetivo, perceber-se doente não é – cada pessoa adoece a sua maneira, atribuindo um significado muito particular ao adoecer”, explica Jorge Zaduchliver, chefe do Serviço de Psiquiatria do Hospital Moinhos de Vento. Segundo o médico, a forma como o paciente irá reagir à doença pode ser adaptativa (com sintomas ansiosos leves ou moderados e com boa adesão ao tratamento), ou desadaptativa (com níveis elevados de ansiedade relacionada à saúde, prejuízos em sua qualidade de vida e risco elevado de baixa adesão ao tratamento e abandono precoce de programas de reabilitação cardíaca).   Em primeiro lugar, de acordo com Luciane Cruz, médica do Serviço de Psiquiatria do Hospital Moinhos de Vento, é importante distinguir a ansiedade como uma reação normal de toda pessoa, da ansiedade considerada uma doença. Sentir-se ansioso em alguma situação que represente uma ameaça à integridade física e emocional é um mecanismo de defesa, relacionado ao instinto básico de sobrevivência do ser humano. “Nenhum de nós, em estado emocional estável, deseja ficar doente ou sofrer algum dano físico ou mental. Por este motivo, a preocupação que surge diante da possibilidade de recebermos algum diagnóstico de uma doença é coerente e esperada. Entretanto, em algumas situações, a ansiedade deixa de ser uma reação de defesa normal e passa a causar prejuízo à pessoa que a está vivenciando, caracterizando-se como um sintoma”, esclarece a profissional.   Os sintomas de ansiedade são caracterizados por medo, angústia, sensação de perigo iminente, e sinais físicos semelhantes àqueles causados pelas doenças cardíacas como taquicardia, aumento do suor, aperto e dor no peito e palpitações. “Além disso, existem dados na literatura demonstrando que a ansiedade pode agravar os sintomas de angina”, comenta a profissional.
  Os sintomas de ansiedade são caracterizados por medo, angústia, sensação de perigo iminente, e sinais físicos semelhantes àqueles causados pelas doenças cardíacas como taquicardia, aumento do suor, aperto e dor no peito e palpitações
  Ansiedade Cardíaca Em alguns casos, pessoas com a ansiedade disfuncional podem ter medo de estímulos e sensações relacionadas a manifestações cardíacas percebidas, consideradas como perigosas. “O paciente pode sentir dor no peito e passa a evitar situações onde possa ocorrer esse tipo de manifestação, como fazer exercícios ou qualquer outro tipo de esforço”, informa Cruz. O comportamento evitativo é o principal componente que pode dificultar a aderência de um paciente cardiopata ao programa de reabilitação, uma vez que pode haver resistência a por exemplo, praticar qualquer atividade física, por medo de sentir taquicardia ou palpitações.   A ansiedade também pode fazer com que a pessoa tenha preocupação demasiada com seu estado de saúde. “Frequentemente, os indivíduos com elevada ansiedade cardíaca realizam visitas às emergências hospitalares, submetendo-se a procedimentos diagnósticos desnecessários e onerosos. Segundo o modelo cognitivo-comportamental, o paciente passa a viver um ciclo composto por preocupação, hipervigilância aos sintomas, evitação de atividades físicas e aumento da ansiedade”, comenta Zaduchliver.   A presença de sintomas psiquiátricos não diagnosticados resulta em sofrimento e piora nos desfechos clínicos. “Desta forma, é de suma importância que as equipes médicas estejam atentas a presença de sofrimento emocional para que o tratamento adequado seja instituído o mais precocemente possível”, finaliza Zaduchliver.  
Jorge Zaduchliver (CRM: 17737), chefe do Serviço de Psiquiatria do Hospital Moinhos de Vento. (LINK: https://www.hospitalmoinhos.org.br/servico-medico/psiquiatra/)
Luciane Cruz (CRM: 21946), médica do Serviço de Psiquiatria do Hospital Moinhos de Vento. (LINK: https://www.hospitalmoinhos.org.br/servico-medico/psiquiatra/)

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