De acordo com o Ministério da Saúde, aproximadamente, 5,8 milhões de brasileiros têm algum grau de surdez. Em nível mundial, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 5% da população – 466 milhões de pessoas – possui deficiência auditiva incapacitante. Até 2050, esse número poderá subir para 900 milhões, o equivalente a um caso para cada 10 pessoas. Por ser considerada a deficiência com maior impacto na qualidade de vida da população, a OMS definiu a prevenção, tratamento e reabilitação da surdez como uma das cinco prioridades para este século, como medida para tentar conter o avanço dos problemas auditivos. Com tantos dados alarmantes, é fácil reconhecer a relevância do Dia de Prevenção e Combate à Surdez. A data de 10 de novembro, instituída no Brasil pela Portaria de Consolidação MS nº 1/2.017, art. 527, simboliza a luta pela educação, conscientização e prevenção para os problemas causados pela surdez. Falar em prevenção é fundamental, pois 50% dos casos de surdez poderiam ser evitados, número que sobe para 60% nos casos detectados em crianças. A perda de audição afeta as pessoas de diferentes maneiras, entre seus principais efeitos, a OMS destaca o grande impacto nas habilidades comunicativas, capacidades sociais, de aprendizagem e trabalho. Esses problemas tendem a contribuir para a pobreza, isolamento social e sensação de solidão. Para além das consequências individuais, a escassez de campanhas e medidas de prevenção pode custar cerca de US$ 750 bilhões anualmente à economia global, no que diz respeito à saúde e perda de produtividade da população.

Uso inadequado de fones está entre as principais causas do problema entre os jovens

Segundo o Dr. Rafael Rossell Malinsky, otorrinolaringologista do Hospital Moinhos de Vento, as principais causas de surdez são: origens genéticas, presbiacusia (quando causada pelo processo de envelhecimento) e pós-infecção ou traumas acústicos. Nos casos originados por traumas acústicos, o fone de ouvido tem sido um grande vilão. Esse seria um dos motivos centrais para que os problemas auditivos venham ocorrendo em pessoas cada vez mais jovens e também para que o número aumente de forma significativa nos últimos anos. Em 2013, o total de pessoas com problemas auditivos era de 360 milhões em todo o mundo, número que saltou para 466 milhões mais recentemente. Jovens com idades entre 12 e 35 anos são os mais afetados pela alta exposição a ruídos, celulares, ambientes recreativos e shows. Um em cada dois jovens escuta níveis inseguros de som nos seus aparelhos pessoais, conforme a OMS. Entre os casos mundiais de deficiência auditiva incapacitante, 34 milhões são ocorrências em crianças. A estimativa do órgão é que, se medidas preventivas não forem tomadas, 1,1 bilhão de jovens correm o risco de sofrer perda auditiva por ouvir música alta em fones de ouvido regularmente, até 2050. O uso de fones de ouvido em volume acima dos 70 decibéis, por período prolongado, é prejudicial à saúde auditiva, aponta o Dr. Malinsky. Ele alerta que o modelo mais indicado do acessório para evitar problemas é do tipo que cobre todo o pavilhão auricular (e não os fones internos), em volume não muito alto, por tempo moderado. Algumas das recomendações são que os smartphones emitam alertas ao usuário quando o volume seguro recomendado é ultrapassado (muitos aparelhos já possuem essa opção), que tecnologias permitam aos pais controlar o volume dos aparelhos dos filhos e que as pessoas consigam identificar por quanto tempo têm utilizado os dispositivos e se o fizeram de maneira segura. Essas orientações são resultado de dois anos de debates entre representantes da OMS, União Internacional de Telecomunicações (UIT), indústria, especialistas de governos, órgãos de consumidores e da sociedade civil. O fomento de medidas de prevenção por meio de políticas públicas e a garantia de acesso a diagnóstico são outras ações importantes para reduzir os riscos e se evitar novos casos. Com relação aos tratamentos, conforme o Dr. Malinsky, o principal recurso são as próteses auditivas. A possibilidade de reversão do problema dependerá da origem da perda.

Diagnóstico e mais formas de prevenção

Além das questões relacionadas à precaução no uso de fone de ouvido, o Ministério da Saúde recomenda uma série de cuidados para prevenir ou identificar problemas auditivos: – Nas gestantes, doenças como sífilis, rubéola e toxoplasmose podem provocar a surdez nas crianças. Por isso, faz-se necessária a orientação médica pré-natal. Mulheres devem tomar a vacina contra a rubéola antes da adolescência, para que durante a gravidez estejam protegidas; – Teste da orelhinha: exame feito nos recém-nascidos como rotina de triagem neonatal que permite verificar a presença de anormalidades auditivas; – Cuidado com objetos pontiagudos, como canetas e grampos, pois, se introduzidos nos ouvidos, podem causar sérias lesões; – Atraso no desenvolvimento da fala das crianças pode indicar problemas auditivos, sendo motivo para uma consulta com um médico especialista; – Uso de equipamentos de proteção para trabalhadores expostos aos riscos ocupacionais provocados pelo ruído; – Acompanhamento da saúde auditiva dos trabalhadores, por parte das empresas, visando eliminar ou reduzir o ruído no ambiente de trabalho. Para auxiliar na identificação de possíveis perdas auditivas, a OMS desenvolveu um aplicativo chamado “hearWHO” para que o usuário monitore seus níveis de audição. A partir de um score, o app aponta se a pessoa apresenta um nível bom, médio ou baixo de audição, alertando para a possibilidade de buscar um médico para um teste. Também é possível definir lembretes para refazer a testagem pelo aplicativo com determinada frequência.
Fonte: Dr. Rafael Rossell Malinsky, otorrinolaringologista do Hospital Moinhos de Vento.

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Prêmios e Certificações

Entrada 1 - Rua Ramiro Barcelos, 910 - Moinhos de Vento, Porto Alegre - RS, 90035-000
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Av. João Wallig, 1800 - 3º andar - Shopping Iguatemi Porto Alegre
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