Falta de ar, fadiga, pernas inchadas e batimentos cardíacos acelerados. Esses são os sintomas que afetam cerca de dois a quatro milhões de brasileiros acometidos pela insuficiência cardíaca (IC). Doença crônica onde o coração não consegue bombear a quantidade de sangue que o corpo necessita para suprir suas necessidades básicas.  

A condição tem sido a principal causa de internações da população idosa no Brasil, o que levou instituições da área da saúde a estudarem a doença introduzindo novas estratégias de tratamento, envolvendo educação do paciente, equipes multidisciplinares e sistemas de telemedicina.

É neste cenário que nasce o estudo Coração Bem Cuidado, uma parceria do Hospital Moinhos de Vento com o Hospital do Coração, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS). 

A iniciativa tem o objetivo de acompanhar pacientes portadores da insuficiência cardíaca que foram internados pela doença e receberam alta hospitalar por meio do telemonitoramento. 

Segundo Luís Eduardo Rohde, coordenador do projeto no Hospital Moinhos de Vento, o estudo atua na fase mais vulnerável da doença, após o primeiro mês de alta hospitalar do paciente. “Com a estratégia de intervenção via mensagem de SMS e ligação telefônica, é possível que se evite a re-hospitalização do paciente, além de melhorar sua qualidade de vida e reduzir a mortalidade”.

É através de mensagens de SMS que o paciente recebe  orientações educacionais sobre a sua doença e participa do seu tratamento junto com uma equipe médica. Durante a pandemia, o projeto está proporcionando um acompanhamento remoto sem a necessidade do paciente se deslocar para o seu hospital de referência, a menos que seja identificada a necessidade de uma avaliação presencial.

Mariana Guimarães Blacher, cardiologista do Hospital Moinhos de Vento e líder do estudo, explica como funciona o programa na prática: “Os pacientes recebem mensagens educativas e também as que necessitam de um feedback.  Por exemplo, são questionados quanto ao peso diário e pressão arterial. Dependendo da resposta do paciente são gerados alertas para que a equipe médica entre em contato telefônico  com o ele. Também são realizadas visitas presenciais para realização de anamnese,  exame físico e coleta durante os meses de acompanhamento.” 

O programa já beneficiou cerca de 400 pessoas até o momento. A meta, segundo Mariana, é acompanhar 700 pacientes até o ano de 2023. 

Luís Eduardo Rohde, destaca a importância do projeto: “Esse é o maior estudo multicêntrico de intervenção realizado no Brasil. Estamos motivados e acreditamos em resultados positivos e impactantes”.

A apresentação dos resultados do estudo Coração Bem Cuidado ocorrerá no final deste triênio, e contará com os dados do grupo de pacientes acompanhados nos últimos 6 meses. 

Para saber mais sobre o projeto, acesse: https://hospitais.proadi-sus.org.br/projetos/68/coracao-bem-cuidado