A cada ano, chegam no mercado novas insulinas, com objetivo de imitar com maior precisão a produção desse hormônio pancreático tão importante para o funcionamento do organismo. Neste Dia Mundial da Diabetes, 14.11, e em alusão aos 100 anos da insulina, o blog Saúde e Você conversou com os endocrinologistas Dr. Guilherme Rollin, chefe do Serviço de Endocrinologia e Nutrologia do Hospital Moinhos de Vento, e o Dr. Tiago Schuch, que trouxeram os principais destaques sobre o assunto. 

“A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas com a função de regular o metabolismo da glicose, principal fonte de energia das células. Ela é produzida sempre que ocorre o aumento da glicose no sangue. Nesses casos, ela se liga a um receptor específico, resultando na ativação de proteínas que são transportadoras de glicose. Estas, por sua vez, permitem a entrada de glicose na célula e a manutenção dos níveis normais no sangue. Quando a glicose não consegue entrar, os níveis no sangue aumentam e temos o desenvolvimento do diabetes melito”, explica Dr. Rollin.

Antes da descoberta desta medicação, pessoas com diabetes tipo 1 (ou seja, que não produzem insulina pelo pâncreas) não conseguiam sobreviver. Entretanto, a partir de janeiro de 1922, quando o primeiro paciente recebeu a insulina, essa realidade mudou completamente, assim como a expectativa e qualidade de vida dos indivíduos. 

Segundo o Dr. Schuch, tratar o diabetes envolve objetivos de curto a longo prazo. “Entre os objetivos primários estão a resolução dos principais sintomas que atrapalham o dia a dia. Mas a longo prazo, o controle da glicemia vai evitar que complicações crônicas aconteçam, principalmente quando realizado de forma precoce, reduzindo as chances em até 30%. Também é necessário alinhar a medicação com o acompanhamento médico e realização de exames, prática de atividades físicas e monitoramento constante dos índices glicemicos”, destaca. 

Razões para se tratar o diabetes a curto prazo: 

  • aumento da frequência da urina, causada pelo excesso de glicose no sangue que os rins não conseguem filtrar, o que exige a necessidade de ir mais vezes ao banheiro;
  • desidratação, causada pelas idas constantes ao banheiro, provoca sede excessiva;
  • fome constante, principalmente quando o nível da glicose é mais alto, devido ao comprometimento no transporte da glicose pelo organismo;
  • perda de peso, quando o controle do diabetes é muito ruim, podendo ser um indicativo temporário ou definitivo para o uso de insulina;
  • sensação de cansaço contínuo, pois a glicose é um combustível para o organismo; 
  • dificuldade de concentração e comunicação, causada tanto pela hiper quanto hipoglicemia;
  • formigamento nas mãos e pés; 
  • visão borrada; 
  • infecções frequentes, principalmente genitais; 
  • falhas na cicatrização de feridas. 

Razões para se tratar o diabetes a longo prazo: 

  • retinopatia diabética: alterações no funcionamento da retina, podendo comprometer a visão e até causar perda total. O diabetes é uma das principais causas de perda de visão adquirida. 
  • doença renal diabética: lesões e perdas no funcionamento dos rins, também uma das principais causas de perda total, podendo levar a necessidade de fazer diálise ou transplante renal. 
  • complicações cardiovasculares: no caso de diabetes tipo 1 e 2, pode provocar um risco aumentado de doenças cardíacas.
  • neuropatia diabética: alteração da sensibilidade dos pés, podendo levar ao surgimento de feridas ou a dores que atrapalham o sono e a qualidade de vida, mas existem outras formas de acometimento do sistema nervoso. 

A insulina é um tratamento obrigatório e essencial para o diabetes tipo 1. Já para o diabetes tipo 2, ela é necessária em determinados momentos. Além de existirem vários tipos de insulinas, com diferentes características e tempo de ação. Atualmente, também se oferece canetas para administração de insulina, o que facilita o uso, e aparelhos que infundem a insulina continuamente no subcutâneo (são as bombas de insulina, usadas em alguns casos de pacientes com diabetes tipo 1). 

Segundo o Dr. Rollin, a grande expectativa para o futuro é o pâncreas artificial. “Um sensor para avaliar os níveis de glicose é conectado à bomba de insulina e eles se comunicam. Isso permite a regulação automática da infusão de insulina conforme a necessidade. O paciente também pode informar ao sistema a quantidade de alimento ingerido, para o cálculo da  infusão da insulina. Já nos casos de hipoglicemia, automaticamente seria suspensa a infusão e injetado glucagon (outro hormônio do pâncreas, mas responsável por fazer a glicose subir)”, detalha. 

 

Durante o mês de conscientização, o Moinhos de Vento realizou o II Simpósio de Educação em Diabetes que debateu sobre o assunto e desmistificou as principais dúvidas dos pacientes e familiares. Durante o evento, foi reforçada a importância dos pacientes buscarem o atendimento médico e o tratamento adequado. “Tratar a pessoa com diabetes é permitir que tenha uma vida normal, longa e feliz. O diabetes pode surgir em qualquer fase da vida, mas manter a glicose controlada, juntamente com os outros fatores de risco, e ter o apoio da família e da equipe médica possibilita, sim, que o paciente tenha uma melhor qualidade de vida”, conclui o Dr. Tiago. 

Fonte: Dr. Guilherme Rollin, chefe do Serviço de Endocrinologia e Nutrologia do Hospital Moinhos de Vento, e o endocrinologista Dr. Tiago Schuch

Agradeçemos pela sua inscrição!

Prêmios e Certificações

Entrada 1 - Rua Ramiro Barcelos, 910 - Moinhos de Vento, Porto Alegre - RS, 90035-000
Entrada 2 - Rua Tiradentes, 333
Av. João Wallig, 1800 - 3º andar - Shopping Iguatemi Porto Alegre
Avenida Cristóvão Colombo, 545 - Espaço Comercial P5-1