Fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo; confusão, alteração da fala ou compreensão; alteração na visão (em um ou ambos os olhos); alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar; dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente. O início súbito de qualquer um dos sintomas descritos pode caracterizar um Acidente Vascular Cerebral (AVC), popularmente conhecido por derrame cerebral, que ocorre quando o fluxo sanguíneo de parte do cérebro é interrompido. Os principais fatores de risco são: pressão alta; tabagismo; colesterol elevado; diabetes; arritmias cardíacas (fibrilação atrial) e histórico familiar. De acordo com a Dra. Sheila Martins, chefe do Serviço Médico de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital Moinhos de Vento, é a principal causa de incapacidade neurológica no Brasil e se caracteriza por uma alteração circulatória focal no cérebro, que causa um déficit neurológico. “O AVC se classifica em dois tipos: isquêmico ou hemorrágico e o diagnóstico ágil e preciso evita danos permanentes ou sequelas, além de determinar a terapia correta a ser adotada, pois ela é diferenciada para cada tipo de AVC”, explica. O AVC isquêmico ocorre em 85% dos casos de AVC e se caracteriza pelo comprometimento de alguma artéria cerebral, quando há uma obstrução da artéria, impedindo a passagem de sangue e oxigênio para as células cerebrais, que morrem. Essa condição é chamada de isquemia. O AVC hemorrágico corresponde de 10 a15% dos casos e acontece quando há um rompimento de um vaso cerebral e ocorre sangramento (hemorragia) em algum ponto do sistema nervoso. A diferença do AVC hemorrágico e do AVC Isquêmico é que o segundo decorre da obstrução de uma artéria e não pelo seu rompimento.  

Os números são preocupantes: No Rio Grande do Sul, foram quase 19 mil casos em 2015 

A cada ano, 17 milhões de pessoas têm Acidente Vascular Cerebral (AVC) no mundo, das quais 6,5 milhões morrem. Atualmente, são 26 milhões vivendo com incapacidade permanente em decorrência da doença. No Rio Grande do Sul, foram quase 19 mil casos em 2015. No ano anterior, houve o registro de 7.682 óbitos. Nesse sentido o Serviço de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital Moinhos de Vento reforça a necessidade de um atendimento especializado em uma unidade de AVC, aumentando a chance de recuperação em 14%.  Por isso, o tema para o Dia Mundial do AVC 2016, lembrado em 29 de outubro, será “AVC tem tratamento: vidas podem ser melhoradas com mais conscientização, acesso e ação”.

Tecnologia a serviço da prevenção e do tratamento

Com fatores de risco englobando hipertensão arterial, colesterol, tabagismo, sedentarismo, obesidade, uso de álcool e de drogas, entre outros, um usuário de smartphone tem na palma da mão uma forma de avaliar se tem propensão ao AVC. Para isso, basta baixar o aplicativo Riscômetro de AVC, disponível para iPhone e celulares com o sistema Android. Depois de responder a 20 perguntas sobre o estilo de vida, além de idade, altura e peso, é informado um percentual de risco de AVC em cinco anos e 10 anos. Conforme pesquisas, 90% dos casos podem ser prevenidos. Outro aplicativo, agora voltado para o atendimento, está sendo divulgado.  É o FAST-ED. O objetivo é auxiliar o Samu a reconhecer um acidente vascular cerebral e encaminhar o paciente para o centro mais adequado. Esse mesmo sistema conectará hospitais menores, sem neurologista e sem tratamento adequado, para possibilitar a discussão de casos e visualização de tomografia em tempo real por especialistas em AVC da equipe de médicos do Serviço de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital Moinhos de Vento. A partir dessa verificação, será decidido se o paciente deve ser transferido para uma unidade de AVC ou se pode ser tratado no local.  

Tratamento

A precisão no diagnóstico determina a terapia correta a ser adotada, pois ela difere para cada tipo de AVC. No isquêmico pode ser administrado um trombolítico, medicamento que dissolve o coágulo que obstruiu a artéria, restabelecendo o fluxo sanguíneo na região afetada. Se ele for aplicado em até quatro horas e meia a partir do início dos sintomas, as chances de recuperação completa ou de minimização das sequelas aumentam de maneira significativa. Além disso, em casos mais graves pode ser realizado o “cateterismo cerebral” (como se faz no coração para o infarto), chamado trombectomia, procedimento em que se coloca um cateter pela perna que vai até a circulação cerebral, chegando até o local da obstrução e abrindo um stent que retira o coágulo que entope a circulação. Este tratamento ficou comprovado este ano em 5 estudos internacionais, mostrando que quando realizado em casos graves, diminui a mortalidade e as sequelas. Quanto mais cedo o tratamento do AVC for realizado, maior a chance de recuperação. No AVC hemorrágico o tratamento é feito por meio de um rigoroso acompanhamento em unidade de terapia intensiva e controle de variáveis, tais como pressão arterial, temperatura e glicemia. Alguns casos se beneficiam de neurocirurgia. Em qualquer um dos casos, a chegada rápida ao hospital reduz a mortalidade e diminuem as chances de sequelas.  
O Centro de Acidente Vascular Cerebral (AVC) integra o Serviço de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital Moinhos de Vento presta assistência integral ao paciente desde a prevenção, passando pelo atendimento de emergência e chegando à reabilitação.
 

Diferencial na condução do tratamento do AVC

O Centro de Acidente Vascular Cerebral (AVC) integra o Serviço de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital Moinhos de Vento presta assistência integral ao paciente desde a prevenção, passando pelo atendimento de emergência e chegando à reabilitação. Os pacientes têm acesso a uma unidade especifica neuro-cardiovascular para o atendimento dos pacientes com AVC na emergência. Um time de especialistas (neurologista, neurocirurgião e neurointervencionista) está preparado para avaliar cada caso e definir a melhor conduta em cada uma dessas situações. Com toda essa expertise, o Centro recebe pacientes de todo o país para avaliação e tratamento de patologias como aneurismas, doenças cardíacas, placas de carótida, malformações de nascença. A infraestrutura está preparada para realizar exames e procedimentos de alta complexidade, como ressonância magnética, tomografia computadorizada, angiografia digital, doppler transcraniano (verifica, por exemplo, se o paciente está fazendo microembolias ou se a circulação está obstruída), procedimentos endovasculares, trombólise endovenosa e intra-arterial. A emergência funciona com neurologista 24 horas por dia, 7 dias por semana, para atendimento do AVC e outras urgências neurológicas. Para um paciente com sinais e/ou sintomas de AVC, o tempo e a qualidade no diagnóstico são fundamentais para o estabelecimento do tratamento adequado. O Centro de AVC também presta assistência à distância, por telemedicina, para outros hospitais que não dispõem de neurologistas para atendimento emergencial do AVC.  

Reabilitação

Quanto antes for iniciado a reabilitação do paciente com AVC, melhor e mais rápida será sua recuperação e, consequentemente, menor o tempo de internação. O Centro de Acidente Vascular dispõe de uma equipe de fisioterapia especializada no atendimento de pacientes neurológicos, assim como fonoaudiólogas e uma neuropsicóloga. Os profissionais atuam na recuperação do paciente pelo treinamento e pela adaptação a atividades da vida diária, na recuperação da fala e, principalmente, na detecção e no tratamento da disfagia (dificuldade de deglutir), responsável pelo risco de aspiração e pneumonia.

Agradeçemos pela sua inscrição!

Prêmios e Certificações

Entrada 1 - Rua Ramiro Barcelos, 910 - Moinhos de Vento, Porto Alegre - RS, 90035-000
Entrada 2 - Rua Tiradentes, 333
Av. João Wallig, 1800 - 3º andar - Shopping Iguatemi Porto Alegre
Avenida Cristóvão Colombo, 545 - Espaço Comercial P5-1