O dia de Finados é de luto. Em sinal de carinho aos que faleceram, as pessoas costumam visitar os cemitérios, enfeitar as sepulturas, cultivar a memória dos falecidos. O dia de Finados cultiva a memória dos familiares que se foram. Não permite que simplesmente mergulhem no anonimato. Nós nos lembramos de pessoas, de suas histórias, de suas biografias, de jornadas e caminhadas passadas. Algumas famílias fazem questão de convidar os seus filhos, as suas filhas ou netos e netas para irem ao cemitério, uma vez que não chegaram a conhecer sua vovó e o seu vovô. É uma importante forma de nos sentirmos reconfortados e de deixar a saudade e também a lágrima falar por nós. Neste ano, contudo, os ritos de despedidas foram impactados. A pandemia afastou de nós o abraço amigo ou a mão que sustenta e acaricia em momentos de dor. Tivemos que nos reinventar! Aprendemos a dar e a receber carinho de outras formas! Descobrimos que o cuidado para com a vida está sempre ao nosso alcance: seja através de um olhar sincero e compassivo, seja através de uma palavra sensível dita por detrás de uma máscara! Que possamos nos sentir alcançados e assistidos em nosso luto, em nossas fragilidades e em nossa humanidade.  

Despedidas são vivências necessárias Ainda que doloridas na trajetória de nossas vidas

É bom recordar o que passou, Avaliar o que significou, pedir perdão onde errou

Creio que tudo que vivemos, em um contexto está inserido, Num certo momento foi vivido e teve um sentido Porém em cada página da nossa vida Já está embutida a despedida. (Lothar C. Hoch)