A demência é uma síndrome, de natureza crônica ou progressiva, que afeta as atividades cotidianas dos portadores e é caracterizada por sinais e sintomas como o aparecimento de alterações de linguagem, de memória, de orientação, da compreensão, do planejamento, do atraso na velocidade do processamento cerebral de informações e do juízo crítico. A idade é o principal fator de risco para o desenvolvimento da Doença de Alzheimer, além disso, obesidade, sedentarismo, diabete melito e tabagismo também colaboram para a evolução da demência.   As demências podem ser classificadas em dois tipos, as reversíveis e as irreversíveis. As reversíveis podem ser causadas por distúrbios hormonais e metabólicos, como disfunção da tireoide, déficits vitamínicos, efeitos de determinados medicamentos e algumas situações neurocirúrgicas, como tumores cerebrais. “Já as demências irreversíveis são, em geral, causadas por processos neurodegenerativos cerebrais, como a Doença de Alzheimer, Demência multi-infarto, demência pós-traumática, entre outras”, salienta a coordenadora do Centro da Memória do Serviço Médico de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital Moinhos de Vento, Jeanette Inglez de Souza Farina.  
“A idade é o principal fator de risco para o desenvolvimento da Doença de Alzheimer, além disso, obesidade, sedentarismo, diabete melito e tabagismo também colaboram para a evolução da demência.”  
Nas situações em que a doença avança de forma progressiva, o paciente vai acumulando déficits ao longo do tempo. Nesses casos, o tratamento é em geral sintomático, ou seja, podem ser realizadas terapias para os distúrbios de comportamento, de sono, de fala e outros. “Geralmente, a necessidade de intervenções específicas varia com a etapa da doença, de modo que é importante o acompanhamento médico para a abordagem adequada. O fato de uma demência não ter cura, como na Doença de Alzheimer, não significa não ter tratamento. Isso traz uma melhora significativa na qualidade de vida dos pacientes e familiares”, destaca a neurologista.   Doença também impacta familiares   Além de envolver as emoções e sentimentos do indivíduo com a doença, a disfunção também repercute nos entes queridos e familiares, pois ocorre um luto pelas limitações e pela perda de identidade causadas pela demência. “Os filhos, por exemplo, passam a desempenhar o papel de cuidadores e de gestores, o que antes cabia aos pais. Essa mudança de papéis, embora aparentemente simples de entender, é na prática muito difícil de aceitar. Isso gera conflitos, com a família exigindo do paciente mais do que ele pode dar ou fazer”, comenta a profissional. Após algum tempo, se ocorre a aceitação da dependência por ambas as partes, acontece também diminuição da ansiedade e dos problemas de convivência.   Para viver bem com pessoas com esse tipo de disfunção algumas atitudes são bem-vindas, como observação, compreensão, cuidado e paciência. “O apoio emocional através de psicoterapia, principalmente na fase inicial, pode ser de grande ajuda, bem como orientação para as famílias, já que cada indivíduo dentro da mesma família reage de maneira diferente, o que provoca os desajustes”, explica Jeanette. “Se cada familiar entender que pode ajudar conforme suas possibilidades e aptidões, o convívio se torna mais harmônico e com resultados significativamente melhores em qualidade de vida para todos os envolvidos”, finaliza.  
Jeanette Inglez de Souza Farina (CRM 6589), coordenadora do Centro da Memória do Serviço Médico de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital Moinhos de Vento. (LINK: https://www.hospitalmoinhos.org.br/servico-medico/neurologia-e-neurocirurgia-2/)
Foto: Pablo_K/iStock

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