A perda de controle da bexiga ou a incontinência urinária, é uma situação bem mais comum do que se possa imaginar. Segundo pesquisa desenvolvida pela Inteligência e Pesquisa e Consultoria (Ipec), 30% da população brasileira sofre com essa disfunção. 42% dos entrevistados afirmam que evitariam eventos sociais em razão da incontinência urinária.

Esse distúrbio pode ocorrer em homens, crianças, mas, principalmente, as mulheres. “É algo que compromete severamente a qualidade de vida de quem sofre desse problema, podendo levar à depressão, ao isolamento social e à baixa autoestima. A boa notícia é que tem tratamentos que são simples e bastante efetivos para a imensa maioria dos casos”, explica o médico urologista do Hospital Moinhos de Vento, Alexandre Fornari. 

Os fatores de risco ocorrem de diversas formas. Em crianças, pode ser uma disfunção miccional (bexiga que não funciona bem) ou um problema neurológico (aprendizado errado). Em homens, pode ser por problemas na próstata ou uma cirurgia nessa região do corpo. Já em mulheres, que possuem mais chances de ter essa disfunção em decorrência do mecanismo de contingência na urina ser menor em relação aos homens, a decorrência pode ser em razão de ter tido filhos por partos normais, fatores genéticos ou cirurgias pélvicas.

Os sintomas podem ser caracterizados por dois tipos: 

• Esforço:o ato de tossir e não segurar a urina; 
• Urgência:a bexiga hiperativa, que é a vontade de ir ao banheiro por diversas vezes.

Identifiquei esses problemas, o que fazer?

O primeiro passo é a busca por um profissional com experiência no tratamento da incontinência urinária, visto que um diagnóstico correto é a chave para a melhora dos sintomas. “Como existem vários tipos de incontinência urinária, o profissional vai selecionar os exames que são necessários para confirmar o diagnóstico, como, por exemplo, o estudo urodinâmico e a videourodinâmica e, desta forma, orientar a técnica mais eficaz”, explica o urologista. 

Os cuidados podem ser conservadores, como a orientação sobre ingestão de líquidos, mudança de hábitos de vida e micção, fisioterapia pélvica, até mais avançados, como procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos (cirurgias de sling, injeção de botox na bexiga e implante de neuromoduladores). 

Todos os procedimentos diagnósticos e terapêuticos estão disponíveis no núcleo de disfunções miccionais, que faz parte do Serviço de Urologia do Hospital Moinhos de Vento.

Dicas para prevenir o surgimento da incontinência urinária:

- Evite o consumo excessivo de líquidos à noite e de bebidas que contenham cafeína; 

- Cuide o tabagismo e a obesidade, pois estão diretamente relacionados com a incontinência urinária;

- Trate constipação intestinal se for o caso;

- Faça exercícios do assoalho pélvico supervisionados no pré e pós-parto;

- Pratique atividades físicas moderadas como ioga e pilates.

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Fonte: Alexandre Fornari, médico urologista do Serviço de Urologia do Hospital Moinhos de Vento