Você já ouviu falar em Fibrose Cística (FC)? Não? Mas saiba que é muito mais comum do que se pode imaginar. Dados do Governo Federal indicam que a doença atinge 1 a cada 10 mil nascidos vivos no Brasil. Ou seja, esta enfermidade é tão relevante que até ganhou datas no calendário. O Dia Nacional de Conscientização e Divulgação da FC é em 05 de setembro e o, Dia Mundial, em 08 de setembro. 

O que é a Fibrose Cística (FC)?

Estudos revelam tratar-se de uma doença genética grave e rara. Não tem cura, mas não é contagiosa. Para a Associação Brasileira de Assistência a Mucoviscidose, a Fibrose Cística é uma doença crônica, que afeta principalmente os pulmões, pâncreas e o sistema digestivo. Atinge cerca de 70 mil pessoas em todo mundo, sendo mais comum na infância. O paciente nasce com ela, por herança dos pais. Contudo, o diagnóstico precoce, juntamente com uma assistência completa e adequada, tem contribuído para o aumento da expectativa de vida e do bem-estar de crianças, jovens e adultos.

Segundo o Pneumologista do Serviço de Pneumologia e Cirurgia Torácica do Hospital Moinhos de Vento, Dr. Igor Gorski Benedetto, ao longo dos anos surgiram novos tratamentos baseados nas alterações genéticas da doença (de forma individualizada). “Também houve a organização do atendimento multidisciplinar em Centros de Referência (com enfermagem, fisioterapia, psicologia, farmacêuticos e médicos dedicados, especialmente, aos cuidados de FC)”, avalia. “Portanto, todo paciente deve procurar e manter-se vinculado a estes Centros, disponíveis em todo o Brasil. No Sul, temos excelentes locais desta natureza”, aconselha.

O último levantamento do Grupo Brasileiro de Estudos de Fibrose Cística (GBEFC) aponta que, em 2018, o País possuía 5.417 indivíduos registrados com a doença, dos quais 13 eram estrangeiros. O chamado Registro Brasileiro de Fibrose Cística ainda observa que, dos brasileiros, a maioria (1.372 pessoas ou 25,40% do total) era nascida no estado de São Paulo, seguida de Minas Gerais (626 casos ou 11,60%) e Rio Grande do Sul (571 ou 10,60%).

“Percebemos que a doença é mais frequente em populações caucasianas.” Ou seja, que têm a pele clara (branca) e origem europeia. “A incidência é grande no Sul e podemos considerar como fator a colonização alemã e italiana. Todavia comemoramos a sorte de termos, aqui na Região, um grande número de hospitais de excelência e Centros de Referência no tratamento da FC, com mais cuidado e melhor atendimento em Saúde. Quanto mais qualificado o serviço, maior o número de diagnóstico correto e precoce, além de oferecer o melhor tratamento”, compara Dr. Benedetto.

Covid e FC

Será que o coronavírus afetou a vida de quem tem Fibrose Cística (FC)? “Apesar da baixa reserva funcional pulmonar (sendo por isso considerado do grupo de risco), quem tem FC é uma população jovem, o que favorece um menor número de casos graves da doença viral. Felizmente, no nosso meio, não tivemos casos de pacientes com FC com infecção grave por Covid-19 ou que vieram a óbito”, ressalta.

“Consideramos, ainda, que foram essenciais as orientações repassadas aos nossos pacientes no início da Pandemia e o respeito e a adesão deles aos cuidados preventivos, como o isolamento social, o uso de máscaras, a higiene pessoal, o menor trânsito em hospital, com consultas on-line por telemedicina, e a redução dos exames de rotina para evitar as idas aos laboratórios”, pondera.

Cuidados Preventivos e Vacinas

Entretanto, Dr. Igor Gorski Benedetto salienta que é preciso manter a boa higiene das mãos (incluindo o uso de álcool gel ou a lavagem com água e sabão); evitar o contato dos dedos com as mucosas da boca, nariz e olhos; usar a máscara nos contatos sociais e respeitar a distância de outras pessoas. “Mesmo que, no último ano, felizmente não tenham ocorrido casos graves, não se deve considerar isso uma segurança ou passaporte para baixar a guarda nos cuidados preventivos, que devem ser mantidos”, recomenda.  

“É fundamental o entendimento de que, infelizmente, não temos um tratamento farmacológico eficaz para a Covid, portanto, a prevenção é o melhor meio para o enfrentamento da Pandemia. O mais eficaz meio de proteção é a imunização. Historicamente, doenças foram erradicadas com o uso de imunizantes. Na FC é recomendado fazer as vacinas que forem disponibilizadas, desde que autorizadas pelos órgãos reguladores, como a Anvisa”, destaca. Vale lembrar que o Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19, do Ministério da Saúde, inclui os portadores de Fibrose Cística no grupo de vacinação prioritária.

Além disso, o pneumologista do Hospital Moinhos de Vento solicita que sejam mantidas as atividades físicas e a fisioterapia, já recomendadas nas rotinas básicas dos portadores de FC. “Os demais cuidados e os medicamentos específicos não devem ser interrompidos em nenhum momento”, adverte. Se por ventura o paciente observar algum sintoma suspeito de infecção viral, o especialista recomenda que faça contato com a equipe do seu Centro de Referência.

Fonte: Dr. Igor Gorski Benedetto (CREMERS 32309), Pneumologista do Serviço de Pneumologia e Cirurgia Torácica do Hospital Moinhos de Vento

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Prêmios e Certificações

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