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April 4, 2016 |Institucional
O tratamento da Doença de Parkinson e demais distúrbios do movimento (como tremor, rigidez muscular e distonia) pode aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. Entre as terapias promovidas está a Estimulação Cerebral Profunda, técnica conhecida como DBS (na sigla em inglês, Deep Brain Simulation) que já beneficiou mais de 200 pessoas, no Hospital Moinhos de Vento.
Desde quando é realizada a cirurgia para tratamento da Doença de Parkinson no HMV?
A cirurgia da Doença de Parkinson é feita no Hospital Moinhos de Vento desde junho de 1969 e sofreu adequações e ajustes a novas técnicas. O procedimento básico é o mesmo denominado Estereotaxia – uma técnica neurocirúrgica, minimamente invasiva, desenvolvida no fim dos anos 50 que surgiu para facilitar a abordagem de estruturas cerebrais profundas sem lesão de superfície. Antes disso era preciso abrir o cérebro para realizar a operação.
Como funciona a técnica de implante cerebral?
Um eletrodo é implantado no cérebro, gerando estímulos que vão se ajustando conforme a necessidade de cada paciente. O dispositivo tem uma vida útil de vários anos e traz grandes melhoras na qualidade de vida do paciente com Parkinson. O dispositivo funciona por meio de dois tipos de geradores, um com vida útil de quatro outro recarregável que dura até nove anos. Sintomas como tremor, rigidez e discinesias são reduzidos entre 70 a 80% dos casos. Recentemente foi lançado na Europa um gerador de pulsos com 25 anos de duração.
Como é realizado o procedimento?
O eletrodo é implantado no cérebro e uma bateria é colocada sob a pele, na altura do peito. Uma corrente elétrica passa por um fio, que vai desde o peito, onde está colocada a bateria, até o cérebro. O Estimulador Cerebral Profundo é programado pelos médicos durante a cirurgia e envia estímulos ao cérebro, amenizando os sintomas, facilitando os movimentos e melhorando as competências físicas do paciente.
Qual o perfil de paciente que pode receber o estimulador?
A cirurgia é indicada para aproximadamente 15% dos pacientes com a Doença de Parkinson. Existe um Protocolo de Inclusão, no qual os aspectos físicos e psicológicos do candidato à cirurgia são avaliados. Para isso é solicitado exames de ressonância magnética e tomografia. O paciente não pode ter nenhuma outra doença grave como diabetes, hipertensão arterial, depressão e alto grau de ansiedade. Precisa estar lúcido e com a cognição preservada. Além disso, é importante o suporte da família porque muitas vezes precisará ir ao consultório fazer ajustes do equipamento.
Qual a faixa etária mais prevalente do aparecimento da doença de Parkinson?
O número de pessoas com a doença no Rio Grande do Sul chega a 20 mil, sendo que a média no Brasil fica em 400 mil pacientes com Parkinson. A prevalência doa Doença de Parkinson é de 180 casos para 100 mil habitantes. Vale registrar que o Parkinson de inicio precoce (quando a doença inicia entre 21 e 45 anos) chega a 10% do total dos casos.
Fonte: Dr. Telmo Tonetto Reis(CRM3077) – Coordenador do Centro da Doença de Parkinson e Distúrbios do Movimento do Hospital Moinhos de Vento