O filósofo grego Platão teria dito: vencer a si próprio é a maior das vitórias. E este conceito continua extremamente atual, pois mudar um comportamento, mesmo nos dias de hoje, não é fácil. Segundo o Dr. Alexander Welaussen Daudt, oncologista clínico e responsável técnico do Ambulatório de Medicina de Estilo de Vida (MEV) e Longevidade Saudável, do Hospital Moinhos de Vento, quando deixamos velhos hábitos para iniciar algo novo, estamos criando novas conexões neurais.
É possível mudar comportamentos?
“Sim, mas as pessoas só mudam por si próprias. Neste sentido, os profissionais de Saúde podem ajudar, com estratégias efetivas que possam guiá-las nesta jornada”, argumenta o oncologista.
Por que é tão difícil mudar certas atitudes?
“Um novo comportamento requer mais atenção e energia mental, enquanto que o hábito antigo é ‘automático’. Assim, a resistência e a ambivalência podem interferir tanto na decisão de mudar quanto na de manter a conduta anterior”, avalia.
O que diz a Teoria da Autoeficácia?
O Dr. Alexander Daudt, mencionando a Teoria do psicólogo Albert Bandura, observa que o mecanismo mais central pelo qual a pessoa exerce influência sobre suas ações refere-se às crenças de auto-eficácia. Estas são definidas como a confiança na capacidade pessoal para organizar e executar certas ações.
As mesmas crenças são vistas como predominantes em relação a como as pessoas pensam, se comportam e se sentem e, desta forma, influenciam:
- Nas ações realizadas.
- Na quantidade de esforço necessário para o atingimento dos objetivos.
- No tempo destinado a perseverar, mesmo diante de obstáculos e fracassos.
- Na resiliência às adversidades.
- Nos padrões de pensamento de auto-impedimento ou de auto-suporte.
- No quanto de estresse e depressão serão vivenciados com demandas do ambiente.
- No nível de realização alcançado.
Como a Teoria da Autoeficácia pode determinar se a pessoa irá conseguir manter novos hábitos?
O responsável técnico do Ambulatório MEV explica que as expectativas de eficácia pessoal indicam se o comportamento de enfrentamento será iniciado, quanto esforço será despendido e por quanto tempo será sustentado diante de novos obstáculos e experiências. “Logo, a Teoria da Autoeficácia pressupõe que a crença de um indivíduo em sua capacidade de realizar uma atitude específica é um determinante crítico para saber se ele irá, de fato, iniciar e manter um hábito recém-adquirido”, esclarece.
De forma objetiva, como a Teoria da Autoeficácia pode contribuir com quem quer adquirir hábitos mais saudáveis?
O Dr. Daudt salienta que estas ideias e conceitos podem contribuir com quem enfrenta desafios para mudar condutas e adquirir bons hábitos. Tais evidências ganham maior aceitação especialmente quando são usadas estratégias práticas, comprovadas pela ciência.
Por este motivo, com base na literatura médica, o especialista sugere algumas abordagens que podem aumentar a autoeficácia e facilitar a mudança de comportamento, que são:
1. Encorajamento: defina metas específicas e viáveis e celebre pequenos sucessos. Alcançar estes objetivos cria confiança e reforça a crença de que mais mudanças são possíveis. Por exemplo, a atividade física e o reforço positivo podem ajudar a manter a motivação e a autoeficácia.
2. Inspiração: conheça exemplos de pessoas que adotaram, com vitória, comportamentos saudáveis. Observar o êxito dos outros pode aumentar a segurança na própria capacidade de mudar.
3. Satisfação: reconheça sinais fisiológicos como evidências de progresso, como sentir-se melhor após exercícios físicos ou mudanças na dieta. Isto pode reforçar o valor do novo comportamento e aumentar ainda mais a autoeficácia.
4. Obstáculos: esteja atento a possíveis recaídas e saiba como resolver problemas. É importante saber antecipar e gerenciar situações que podem levar a lapsos, barreiras e contratempos. Afinal, a recaída é uma parte normal do processo de mudança e precisa ser superada.
5. Suporte: busque ajuda com familiares, amigos e nos recursos oferecidos à comunidade. O apoio social não apenas fornece incentivo, mas também permeia a relação entre autoeficácia e mudança de comportamento, como já comprovado em doentes crônicos. E procure assistência profissional. O acompanhamento regular com profissionais de Saúde, como psicólogos e psiquiatras, reforça o progresso, fortalece o comprometimento com a mudança e contribui para a resolução de possíveis problemas.
Em resumo, o que é preciso fazer para realizar uma mudança significativa de comportamento e manter hábitos saudáveis?
Dr. Alexander Welaussen Daudt afirma:
- Concentre-se em metas alcançáveis e celebre pequenas vitórias.
- Se espelhe em modelos bem-sucedidos.
- Reconheça seu bem-estar ao fazer novas atividades.
- Foque na resolução de problemas, quando surgirem.
- Busque apoio social e profissional para acompanhamento e incentivo.
Fonte: Dr. Alexander Welaussen Daudt (CRM 10624) é oncologista clínico, responsável técnico do Ambulatório de Medicina de Estilo de Vida (MEV) do Hospital Moinhos de Vento e preceptor da Residência Médica em Oncologia da instituição. Possui Certificação em MEV pelo ACLM (“American College of Lifestyle Medicine”) e pelo Colégio Brasileiro de Medicina Estilo de Vida.
Bloco A e Bloco C – Rua Ramiro Barcelos, 910 – Moinhos de Vento, Porto Alegre – RS, 90560-032
Ver no mapaBloco B – Rua Tiradentes, 333 – Moinhos de Vento, Porto Alegre – RS, 90035-001
Ver no mapaRua Ramiro Barcelos, 910 - Moinhos de Vento, Porto Alegre - RS, 90560-032
Ver no mapaAv. Padre Cacique, 2893 – Cristal, Porto Alegre – RS, 90810-240
Ver no mapaAv. João Wallig, 1800 – 3º andar – Passo d'Areia, Porto Alegre – RS, 91349-900
Ver no mapaAv. Getúlio Vargas, 4841 – Centro, Canoas – RS, 92010-010
Ver no mapaRua Coronel Aparício Borges, 250 - 3º andar - Teresópolis, Porto Alegre - RS, 90870-016
Ver no mapaRua Ramiro Barcelos, 630 – 5º andar – Floresta, Porto Alegre – RS, 90035-001
Ver no mapa