Uma tecnologia que está sendo desenvolvida nos Estados Unidos pode mudar a rotina de vacinação das crianças: o objetivo é juntar em uma única dose todas as vacinas que teriam que ser aplicadas durante a infância. “As novas micropartículas utilizadas neste estudo são feitas de um polímero biocompatível já aprovado pela FDA (Food and Drug Administration), que pode ser projetado para se degradar em tempo específicos. Assim, as micropartículas funcionariam como pequenos recipientes preenchidos com as vacinas e depois fechados, programando-se a abertura dos mesmos em momentos pré-definidos para liberar o seu conteúdo”, explica Paulo Gewehr, médico infectologista do Serviço de Infectologia e Coordenador do Núcleo de Vacinas do Hospital Moinhos de Vento.   A vacinação protege a criança através da diminuição da mortalidade e das sequelas decorrentes das doenças imunopreveníveis. A pessoa vacinada também diminui a chance de transmitir as doenças para outros indivíduos, interrompendo a cadeia de transmissão. Atualmente, conforme o recomendado pela Sociedade Brasileira de Imunizações, crianças desde o nascimento até os dez anos de idade devem fazer rotineiramente cerca de 45 aplicações de vacinas, sendo destas, 12 de vacinas da gripe.  
Para situações de risco, recomenda-se a aplicação de quatro doses de vacinas, sendo uma de febre amarela e três de dengue. Assim, a criança que inicia a imunização desde o nascimento e tem indicação de realizar as vacinas contra a febre amarela e dengue, precisa fazer 49 aplicações até os dez anos. “É importante lembrar que a quantidade de doses é dinâmica, podendo aumentar em consequência da descoberta de novas vacinas para outras doenças, assim como o aumento do número de doses de reforço ao longo do tempo”, salienta Gewehr.
  Segundo o especialista, a nova tecnologia da vacina única poderia ser aplicada no Brasil. “A diminuição de doses aplicadas aumentaria a proteção das doenças imunopreveníveis, diminuindo o número de casos de transmissão para outras pessoas. Além disso, reduziria os custos envolvidos na logística de vacinação nas unidades de saúde e no tratamento das doenças e sequelas”, explica o médico. Esse tipo de injeção também poderia ser desenvolvida para a proteção de outras doenças em adultos, pois a técnica envolvendo as micropartículas pode ser adaptada aos diferentes tipos de vacina disponíveis e também aquelas que estão em fase de pesquisa.   Para o paciente, a diminuição de doses significa:   *Menos procedimentos dolorosos: para muitas crianças a aplicação de vacinas está associada com dor e sofrimento psicológico, inclusive para os pais, sendo um motivo frequente de não procurar a vacinação;   *Menos deslocamentos até uma unidade de saúde: os pais e as crianças não precisam interromper a sua rotina diária de atividades para a vacinação, e a questão da distância em muitos cenários é a maior dificuldade enfrentada pelas pessoas para ter acesso à imunização, principalmente em comunidades rurais;   *Diminuição no atraso ou esquecimento das vacinas conforme os intervalos recomendados: com menos doses a serem aplicadas, a chance de esquecer uma vacina conforme o cronograma recomendado é bem menor.   O profissional salienta que o uso da técnica de liberação de vacinas através de micropartículas precisa ainda está sendo estudada em humanos para comprovar a sua segurança e eficácia ao longo do tempo.  
Paulo Gewehr (CRM: 29512), médico infectologista do Serviço de Infectologia e Coordenador do Núcleo de Vacinas do Hospital Moinhos de Vento.
LINK: https://www.hospitalmoinhos.org.br/servico-ambulatorial/vacinas/

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