Quedas são a segunda principal causa de morte por lesão não intencional no mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, entre 1998 e 2015, houve mais de 1 milhão de internações de idosos por quedas em hospitais pelo SUS, segundo estudo publicado na Revista de Saúde Pública, levando a mais de 50 mil mortes. Para alertar pessoas de todas as idades, em especial idosos, sobre os riscos de quedas, a OMS definiu 24 de junho como o Dia Mundial de Prevenção de Quedas

Daniela Santos, líder do projeto Paciente Seguro realizado pelo Hospital Moinhos de Vento em parceria com o Ministério da Saúde, por meio do PROADI-SUS, alerta que as quedas podem causar lesões graves, diminuição da capacidade funcional, redução da qualidade de vida, aumento do uso de cuidados de saúde e óbito: “O impacto ocorre para quem sofre a queda, seus familiares e para o sistema de saúde. Os impactos são físicos e sociais”, lamenta. 

Para evitar acidentes, em especial em ambientes externos, é importante evitar distrações: “Caminhar nas ruas olhando para a tela do celular, por exemplo, faz com que não estejamos atentos a possíveis obstáculos e podemos cair. Em dias úmidos nossa atenção deve estar redobrada, pois o piso escorregadio aumenta o risco de queda. Caso precise de apoio para subir ou descer escadas, não hesite em utilizar o corrimão, lembrando sempre de higienizar as mãos após o contato”, destaca Daniela.  

Quando buscar ajuda médica

Nem sempre o paciente leva a sério uma queda, o que pode levar a complicações posteriores. Mas como saber se é necessário buscar ajuda médica? O médico ortopedista Carlos Roberto Galia, chefe do Serviço de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Moinhos de Vento, explica: 

“Se não for uma pessoa idosa, é preciso ficar atento a sintomas como dor, aumento de volume do local traumatizado, impotência funcional do membro, edema articular, deformidade de membros e suspeita de traumatismo craniano, pois nesses casos é necessário buscar atendimento médico”, alerta. O médico lembra que no caso de pessoas mais jovens, as quedas ocorrem na maioria das vezes durante a prática de esportes e por isso aconselha o uso de equipamentos de proteção específicos, como capacete, joelheira e cotoveleira. 

Já no caso de idosos, se houver dor após uma queda é preciso buscar atendimento médico imediatamente: “Principalmente se houver traumatismo, dor em membro superior, ombro ou punho, coluna e quadril, mesmo que a dor seja considerada leve”, orienta. Segundo Galia, as causas mais comuns de quedas em idosos são tapetes, andar no escuro, piso escorregadio e desmaio, que pode ser causado por algum problema cardiológico, neurológico ou queda de pressão, por exemplo. Também é preciso cuidado redobrado nas idas ao banheiro à noite, pois o idoso pode acordar sonolento e sair caminhando, sem estar totalmente alerta. O médico orienta que uma das formas de prevenção de quedas no idoso é a prática de atividade física orientada, com fortalecimento global da musculatura. 

Daniela lembra que pequenas dobras de tapete ou fios no chão podem ser extremamente perigosos para idosos que possuem alterações de equilíbrio e marcha: “Idosos fragilizados podem cair durante atividades rotineiras aparentemente sem risco, geralmente dentro de casa, num ambiente familiar e bem conhecido. A vigilância domiciliar periódica pelos familiares pode modificar os riscos ambientais e ser efetiva em reduzir quedas, observando o ambiente para deixá-lo livre de obstáculos, verificando a necessidade de barras de apoio nos banheiros bem como pisos antiderrapantes, por exemplo”, ressalta. 

Redução de quedas de pacientes em ambiente hospitalar 

Com o trabalho de conscientização feito pelo projeto Paciente Seguro foi possível observar a redução de quedas de pacientes em 55% em hospitais adultos e 67% em hospitais pediátricos. Há o envolvimento do paciente no seu cuidado e de seus acompanhantes, através de orientações recebidas das equipes de cuidado. “Quando as instituições aplicam medidas de prevenção, pacientes e acompanhantes entendem a importância do tema e os cuidados que devem ser adotados, é possível reduzir a ocorrência deste evento”, comemora Daniela. 

Fontes: 

Dr. Carlos Roberto Galia (CRM 17597), chefe do Serviço de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Moinhos de Vento.

Daniela Santos, líder do projeto Paciente Seguro, realizado pelo Hospital Moinhos de Vento em parceria com o Ministério da Saúde, por meio do PROADI-SUS.

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Prêmios e Certificações

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