A Organização das Nações Unidas (ONU) revelou um dado surpreendente: um em cada oito indivíduos tem questões de saúde mental, em todo o mundo. Deste total, mulheres e jovens são os mais impactados. E o pior: três quartos dos afetados recebem tratamento inadequado ou não têm qualquer cuidado. Os dados foram divulgados, recentemente, pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, em alusão ao Dia Mundial da Saúde Mental. Guterres defende que a saúde mental é vital para a humanidade, sendo fundamental para uma vida plena.

 

Além disso, neste período pós-pandemia, os quadros depressivos na população aumentaram cerca de 30%. Pensando em todo este contexto, o blog Saúde e Você conversou com a Dra. Lorena Caleffi, médica do Serviço de Psiquiatria do Hospital Moinhos de Vento, sobre um sintoma bastante comum em pacientes com depressão, mas ainda pouco debatido. Trata-se da anedonia.

 

          O que é a anedonia?

Dra. Lorena Caleffi – A anedonia é a perda do prazer em atividades antes prazerosas, como passear e brincar com o pet, estar com amigos ou praticar um hobbie, por exemplo.

 

A anedonia é uma doença?

Dra. Lorena Caleffi – A anedonia não é, em si, um diagnóstico. Mas, sim, um sintoma. Normalmente, aparece em conjunto com outros sinais. Está relacionada, mais comumente, à depressão, sendo um dos principais critérios diagnósticos, junto com o humor triste e deprimido. Ou seja, faz parte do quadro de depressão, apesar de ser pouco falada nos termos como estamos abordando nesta entrevista.

 

Como identificar a anedonia?

Dra. Lorena Caleffi – A identificação, muitas vezes, é feita pelo próprio indivíduo, que percebe “falta de vontade” em realizar tarefas que antes eram prazerosas.

 

Como a anedonia se manifesta?

Dra. Lorena Caleffi – A anedonia costuma ser insidiosa e ir crescendo aos poucos. Por isso, muitas vezes recebemos no consultório pacientes em depressão, com uma história de vários meses de sintomas ainda não diagnosticados.

 

É possível ter anedonia sem estar com depressão?

Dra. Lorena Caleffi – A anedonia sem humor triste/deprimido pode acontecer, mas costuma ser temporária e associada a questionamentos mais objetivos, em relação à vida da própria pessoa. Dificilmente alguém está SEMPRE animado e “a fim” de fazer tudo. Muitas vezes, estamos apenas cansados ou envolvidos em determinadas tarefas e ficamos sem ânimo para outras. Neste caso, o diferencial é que essa “anedonia” é transitória.

 

Que conselhos a senhora daria aos leitores que se identificaram com este sintoma?

Dra. Lorena Caleffi – Aconselho reservar um momento para entender a si mesmo. Seja sozinho, seja com auxílio profissional. É preciso se perguntar:

- Essa falta de prazer é transitória?

- Está vinculada a apenas uma atividade? Ou muitas? Ou todas?

- Está (ou não) associada a outros sentimentos? Se sim, quais?

Mas, caso seja muito complicado encontrar essas respostas sozinho, peça ajuda.

 

Atendimento especializado

Caso tenha ficado com alguma dúvida ou queira conversar com um especialista, saiba que o Hospital Moinhos de Vento disponibiliza do Serviço de Psiquiatria, que trabalha de forma integrada com as demais especialidades médicas. Dessa forma, o paciente é amplamente acolhido por um tratamento que não apenas atua em sua saúde física, mas também compreende sua condição biopsicossocial, emocional e espiritual.

 

A equipe da Psiquiatria conta com uma gama completa de profissionais altamente capacitados, aptos a atender as necessidades de cada paciente, tendo como prioridade sua saúde, segurança e bem-estar. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone: (51) 3314-3434.

 

Fonte: Dra. Lorena Caleffi (CRM 17211) é médica do Serviço de Psiquiatria do Hospital Moinhos de Vento.

Agradeçemos pela sua inscrição!

Prêmios e Certificações

Entrada 1 - Rua Ramiro Barcelos, 910 - Moinhos de Vento, Porto Alegre - RS, 90035-000
Entrada 2 - Rua Tiradentes, 333
Av. João Wallig, 1800 - 3º andar - Shopping Iguatemi Porto Alegre
Avenida Cristóvão Colombo, 545 - Espaço Comercial P5-1