Assim como a alimentação saudável é sinônimo de autocuidado e prevenção, a má alimentação, por outro lado, requer atenção. Isso porque ela é fator de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas, especialmente se atrelada a outros fatores, conforme explica a nutricionista assistencial do Hospital Moinhos de Vento, Paula Rizzi. 

“Uma alimentação pobre nutricionalmente, considerando uma oferta desequilibrada de nutrientes, com excesso de calorias, açúcar, sal e gorduras, junto ao sedentarismo e ao uso abusivo de álcool e tabaco, pode causar uma inflamação crônica (associada a grande maioria das doenças crônicas), além de refletir diretamente na nossa imunidade”, alerta. Entre as doenças que podem ser originadas desse contexto estão a diabetes, o colesterol, doenças cardiovasculares (principalmente cardiopatias e infarto), alguns tipos de câncer (endometrial, mama e cólon), entre outras. 

A nutricionista explica que uma alimentação inadequada pode criar um ambiente propício a danos no DNA e levar a mudanças epigenéticas das células, que podem ser difíceis de serem reparadas. “Basicamente, a nutrição é importante para que, ao longo da vida, o organismo cresça, se desenvolva e funcione de acordo com o nosso código genético”, explica.

Entre os alimentos recomendados pelo Guia Alimentar para a População Brasileira, estão aqueles “in natura” ou “minimamente processados”, isto é, que não sofrem nenhuma, ou quase nenhuma, alteração após deixarem a natureza (como frutas, legumes, raízes, tubérculos, ovos, arroz, feijão). Por outro lado, devemos evitar os chamados “ultraprocessados”, os quais envolvem várias etapas de manipulação pela indústria e adição de muitos ingredientes (como sal, açúcar, gordura e substâncias exclusivamente industriais). “De uma forma resumida: se você quer ter uma alimentação saudável, comece descascando mais e desembalando menos”, aconselha Paula.

Essa dica ganha ainda mais relevância quando se analisa o contexto mundial, em que as doenças crônicas são as responsáveis por 7 em cada 10 mortes. Nesse cenário, a nutricionista alerta que, se mesmo com toda a prevenção, for diagnosticada alguma enfermidade, a alimentação continua tendo seu papel fundamental.

“A dietoterapia poderá auxiliar tanto na redução de possíveis sintomas decorrentes de quimioterapia, radioterapia ou uso de outras medicações, quanto para a manutenção ou recuperação do estado nutricional do indivíduo, o que está diretamente associado com a sobrevida do paciente”, explica. Segundo ela, o que poderá alterar aqui são algumas peculiaridades de cada tratamento ou conforme o estado nutricional do paciente. “Serão definidos os percentuais de macronutrientes (carboidrato, proteína e gorduras) e também dos nutrientes alvos, que dependerão da doença e também do hábito alimentar prévio do indivíduo”, finaliza.

Todo esse trabalho de avaliação e orientação nutricional é feito no Ambulatório de Nutrição do Hospital Moinhos de Vento, para os pacientes internados. Na etapa de prescrição, é analisado todo o histórico familiar, de saúde e pessoal do paciente para a indicação correta do plano nutricional. “Desde o objetivo do paciente com o plano, a patologia em questão, os exames bioquímicos atuais, a história clínica prévia e história familiar, medicamentos que faz uso, os hábitos de vida (qualidade do sono, prática de atividade física, rotina de uma maneira geral), os hábitos alimentares (aversões alimentares, alergias ou intolerâncias, padrão de consumo dos grupos alimentares, hábito de cozinhar), tudo é levado em consideração”, reforça Paula.

E toda essa dedicação e cuidado é para que o paciente se sinta seguro e faça parte do processo de mudança alimentar. “O plano nutricional será feito com base no que o paciente trouxer na consulta naquele momento e, com o passar do tempo, o ideal é que ele incorpore hábitos diferentes e, com isso, o plano e a estratégia nutricional também sejam alterados”, complementa. 

Fonte: Paula Rizzi, nutricionista assistencial do Hospital Moinhos de Vento

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