O Brasil ocupa o oitavo lugar no ranking de número de fumantes, são 11,1 milhões de homens e 7,1 milhões de mulheres. Apesar desse expressivo número, no período entre 1990 e 2015, a porcentagem de fumantes diários no País caiu de 29% para 12% entre homens e de 19% para 8% entre mulheres. Os dados foram extraídos da publicação norte-americana The Lancet, deste ano. Conforme o Instituto Nacional do Câncer, o cigarro é responsável por 80% das mortes causadas por câncer de pulmão em mulheres e 90% em homens. O tabagismo também aumenta o risco de outros tumores. Entre eles: Câncer de Bexiga Câncer de Esôfago Cânceres de Cabeça e Pescoço (Língua, Laringe, Cavidade Oral) Câncer de Estômago Câncer Colorretal Câncer de Colo do Útero Além do câncer, o tabaco é o maior responsável pela aterosclerose, doença que causa restrição do fluxo sanguíneo para o coração, pernas, cérebro, rins e outros órgãos; o que pode levar a doença arterial periférica (que provoca endurecimento das artérias das pernas e dos pés) e doença coronariana (que pode causar dores no peito e ataque cardíaco). Esses fatores elevam o risco de acidente vascular cerebral (AVC) e infarto agudo do miocárdio (IAM). Para o oncologista, doutor Alexander Daudt, um desdobramento essencial das ações de controle ao tabagismo inclui a identificação de grupos mais suscetíveis. Outro desafio se refere à forma de comunicar efetivamente os riscos à saúde, já que os fumantes tendem a minorar as consequências do tabaco, particularmente, em relação à qualidade de vida.  “Em geral, parece haver um conhecimento razoável sobre doenças associadas ao tabaco e mortalidade precoce. Porém, o fumante não costuma perceber claramente a probabilidade de risco e o grau de incapacidade relacionados ao tabagismo”. Daudt reforça que, mais do que a descoberta de drogas novas, a continuidade das políticas de controle ao tabagismo associadas à alimentação e à atividade física adequadas representam o “tratamento” mais efetivo da atual epidemia global por doenças não transmissíveis associada ao uso do tabaco.

Nunca é tarde para parar de fumar

A revista médica New England Journal of Medicine divulgou um estudo recente que apontou uma diferença de 10 anos a menos na expectativa de vida dos tabagistas em comparação à indivíduos não fumantes. Este mesmo estudo mostrou que pacientes que conseguiram parar de fumar até os 40 anos conseguiram reduzir seu risco de morte pelo hábito em 90%. Abandonar o vício traz benefícios em qualquer idade, tanto para os mais jovens como para aqueles que tomam essa decisão aos 50 anos. Além dos malefícios e riscos para o tabagista, aqueles que convivem com eles também são afetados pela fumaça, podendo desenvolver problemas de saúde, em especial as crianças, levando ao aumento de infecções respiratórias, alergias e asma. Conforme o psicólogo Lucas Poitevin Bandinelli, por se tratar de um hábito rotineiro para os praticantes, o ato de fumar pode ser difícil de ser mudado. Assim, fazer pequenas mudanças diariamente pode ser um caminho para os que desejam parar. Ao invés de cessar o fumo repentinamente e enfrentar os fortes sintomas da abstinência, mudar os hábitos diários, gradativamente, pode facilitar o manejo da ansiedade frente ao ato de abandonar o tabaco, proporcionando uma habituação às novas mudanças sem provocar tanto impacto psicológico. Bandinelli explica que o uso do cigarro está associado ao alívio de sintomas de ansiedade e estresse, gerando uma sensação de alívio aos fumantes. Por isso, encontrar novas estratégias de manejo para estes problemas emocionais podem ser úteis. Tentar se auto recompensar após a diminuição gradativa do cigarro pode funcionar, como, por exemplo, dar-se um presente ou se permitir fazer algo agradável no dia em que conseguir fumar menos.

Confira alguns fatores que podem contribuir:

  • Evite cafeína e álcool e situações, locais e hábitos que desencadeiem o desejo de fumar (jogue fora isqueiros e caixas de cigarro);
  • Mude seus hábitos. Tente se ocupar de situações que o mantenha distante do cigarro;
  • Beba mais água. Isso ajuda a suportar a vontade de fumar nos primeiros dias após parar;
  • Esteja preparado caso tenha recaídas: é comum os tabagistas não conseguirem parar de fumar nas primeiras tentativas. Porém, isso não é motivo para desânimo, deve-se seguir motivado e determinado;
  • Medicações: algumas podem ajudar no controle da vontade de fumar, mas é importante consultar um médico;
  • Terapia comportamental: ajuda a resolver questões emocionais relacionados ao cigarro, também na motivação e encorajamento da decisão de parar. Pode ser realizado em sessões individuais ou em grupo.
  • Parar de fumar por conta própria pode ser difícil, principalmente por causa dos sintomas ligados à abstinência da nicotina. Por isso, o auxílio médico e psicológico irá aumentar nas chances de sucesso.
Fontes: Dr. Pedro Henrique Isaacsson Velho (CRM: 34320), oncologista e Médico do serviço de Oncologia do Hospital Moinhos de Vento e fellow do Johns Hopkins Hospital, Dr. Alexander Welaussen Daudt (CRM: 10624), oncologista e o Dr. Lucas Bandinelli, psicólogo.

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