O Tratamento Adjuvante: Quimioterapia, Radioterapia e Hormonioterapia foi o tema central da 3ª módulo do evento I Curso sobre tratamento Integrado do Câncer de Mama do Hospital Moinhos de Vento, que aconteceu na última semana e contou com a participação da comunidade, incluindo pacientes e ex-pacientes do Núcleo da Mama, além de colaboradores do hospital e comunidade em geral. Na abertura do curso, a oncologista Dra. Daniela Rosa, falou sobre os efeitos da quimioterapia e da hormonioterapia. Segundo a médica, o tratamento do câncer de mama será escolhido conforme as características do tumor e da paciente, sendo que os fatores importantes para definir o tratamento são: o tamanho do tumor se há comprometimento dos linfonodos axilares, o grau e o tamanho  do tumor. A partir daí recorre-se a ao tratamento adjuvante, que pode incluir  quimioterapia e/ou  hormonioterapia e/ou radioterapia. De acordo com a médica, essas modalidades de tratamento são administradas com o objetivo de destruir focos microscópicos de células neoplásicas que ainda possam estar no organismo, mas que não são detectáveis por exames. “O risco da paciente apresentar esses focos é estimado com base na apresentação clínica e nas características do tumor”, destaca. A oncologista explica que a idade não é fator muito importante para evitar a quimioterapia. Esse raciocínio é utilizado tanto para pacientes com mais de 70 anos que estão em boas condições de saúde,  quanto para pessoas de menos idade.. Dra. Daniela ressalta que a quimioterapia não é para todos os pacientes. Ela explica que no passado a decisão sobre o tratamento era baseada apenas no tamanho do tumor. Com o passar dos anos se observou que muitas dessas pacientes estavam recebendo quimioterapia sem muitos benefícios. Isso foi descoberto com os avanços da biologia molecular, que permitiram conhecer um pouco melhor sobre a biologia tumoral e seu comportamento.  

Radioterapia

O paciente que precisa passar pela radioterapia é, principalmente, aquele que fez a cirurgia conservadora. Segundo a radioterapeuta do Centro de Radioterapia do Hospital Moinhos de Vento, Dra. Rosemarie Stahlschmidt, via de regra todas as mulheres que conservam a mama fazem radioterapia. Em contrapartida, as pacientes que fazem mastectomia radical, via de regra não fazem radioterapia, salvo nos casos onde há um acometimento linfonodal importante na axila. A médica explica que uma pergunta frequente que chega ao seu consultório é se a radioterapia torna a pessoa radioativa. Ela diz que a partir do momento que se deliga o aparelho não existe mais radiação presente. A exposição aos Raios-X é um período específico de tempo somente na hora do exame. Em relação à quantidade de radiação, sempre se constrói um gráfico para saber a dose exata para cada paciente. São tabelas de controle mundiais que seguem esse parâmetro. Por exemplo, o médico ao tratar a mama esquerda sabe exatamente a porcentagem da dose que pode chegar ao coração e como distribuir o tratamento no volume mamário, sem fazer com que essa região cardíaca sofra. Isso graças ao planejamento tomográfico, imprescindível à boa técnica. Outro detalhe importante é que áreas expostas devem receber essa radiação somente uma vez durante a vida em razão da baixa tolerância dos tecidos sadios. “Quando se institui um tratamento de radioterapia a primeira coisa que deve se pensar é em não provocar um dano nas células sadias e tratar o que é doente”. Por isso são feitas pequenas marcações (tatuagens) para identificar o local que recebeu radioterapia para se ter parâmetro no futuro.  

Duração da radioterapia

Tradicionalmente, o tratamento era ministrado cinco semanas de tratamento e uma semana de reforço. Hoje existe a possibilidade de se utilizar um tratamento hipofracionado: na primeira fase se diminui o tempo de radio (de 5 para 3 semanas). É importante destacar que isso não serve para todo mundo. Existem características especificas. Por exemplo, para indicar uma terapêutica hipofracionada, a paciente não pode ter mais do que 3 ou 4 linfonodos positivos. Algumas características de idade também são levadas em consideração para que não se coloque essa paciente em risco com tratamento mais curto.  

O papel da nutrição

A nutricionista do Centro de Oncologia do Hospital Moinhos de Vento, Ariane Paiva Vieira, atua com foco no acompanhamento nutricional no período de tratamento da paciente na radioterapia e quimioterapia. Conforme a nutricionista, nesse momento elas trazem várias questões como o ganho de peso (geralmente ocorre um aumento de peso entre 2 a 6 quilos) e o quanto o controle da alimentação pode auxiliar no tratamento. “Quase sempre a pessoa passa a se preocupar em ter uma alimentação mais saudável”, diz. No ambulatório se faz uma avaliação do hábito e histórico alimentar do paciente e se encaminha para as orientações nutricionais. “Sempre recomendamos que o hábito alimentar seja o mais normal possível, não fugindo do trivial, e principalmente antes de começar o tratamento”, aconselha Ariane. Isso proporciona que se avalie o impacto da alimentação no processo de terapêutica. O que auxilia nos sintomas mais comuns causados pela quimioterapia como aftas, constipação e náuseas. A nutricionista comenta que o alimento não pode se tornar o inimigo da paciente.  

Apoio terapêutico

O suporte psicológico durante o tratamento do câncer de mama é tão importante quanto a medicação. Esta é a opinião da psicóloga do Serviço de Oncologia do Hospital Moinhos de Vento, Dra. Silvana Hartmann. Ela conta que no primeiro momento que a paciente se depara com a notícia o que impera é o foco no tratamento pela sobrevivência. Depois surgem preocupações em relação às condições financeiras, a autorização do plano de saúde e questões mais práticas. No terceiro momento aparecem as preocupações em relação a sua imagem corporal que fica modificada e as repercussões do tratamento no organismo como um todo. Silvana alerta que esses sentimentos podem ser manejados com a ajuda do psicólogo. “Buscar ajuda de um terapeuta nesses momentos facilta o processo de resgate da autoestima”, diz. Em relação à mama é necessário entender os significados que ela tem na vida da mulher, que é muito amplo e representa a feminilidade, a maternidade e a sexualidade. Para a psiquiatra do Hospital Moinhos de Vento Dra. Lorena Caleffi é essencial entender as diferentes fases pela qual a paciente enfrenta que vai desde a retirada do exame, o diagnóstico, o pré e pós-operatório e o quadro de ansiedade que circundam esses momentos. “Receber o diagnóstico de câncer traz para próximo da paciente o contato com a ideia de morte, o que prejudica muito o entendimento da doença, pois a nossa cultura não prepara para esses momentos”, acrescenta. É importante observar alguns critérios para o diagnostico da depressão que compreendem um humor triste, perda de interesse ou prazer pelas atividades diárias (por mais de duas semanas), pensamentos recorrentes de morte, ideação e sentimento de inutilidade ou culpa excessiva. Ela entende que se essa ansiedade está além do que a pessoa pode lidar no seu dia a dia. Com isso a presença do psiquiatra pode ajudar, pois existem técnicas e maneiras de ultrapassar essa etapa mais tranquilamente.  

Saúde bucal e câncer de mama

A odontologia dá suporte ao tratamento do câncer de mama, com o objetivo de evitar o sofrimento desnecessário do paciente, evitar o risco de morbi/mortalidade durante o tratamento oncológico e pensar na segurança do paciente. O coordenador do Núcleo de Saúde Bucal do Hospital Moinhos de Vento, Luis Cesar da Costa Filho, explica que o tratamento odontológico ameniza os efeitos adversos, como lesões na boca e pode até evitar a interrupção do tratamento em função do paciente não conseguir se alimentar em função de estomatites decorrentes da quimioterapia. Dr Cesar Filho conclui que uma boa higiene oral pode diminuir o risco de infecções hospitalares, como pneumonias e minimiza efeitos orais do tratamento.

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Prêmios e Certificações

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