O estresse no local de trabalho é uma realidade que, na maior parte dos casos, acaba prejudicando a vida de muitos profissionais. O caráter cada vez mais competitivo das empresas é apontado por especialistas como sendo uma das principais causas. Segundo levantamento feito pela International Stress Management Association (ISMA) em 2010, o Brasil é o segundo país com maior prevalência de alto estresse no ambiente de trabalho, chegando a 69% dos profissionais impactados, perdendo apenas para o Japão. Dados oficiais deste país apontam que mais de 2 mil pessoas se suicidam anualmente pelo estresse relacionado ao trabalho excessivo. E a quantidade de mortes pode ser maior se considerados problemas de saúde, como falhas cardíacas ou acidentes vasculares cerebrais, também causados pela prática. No ano passado, para marcar o Dia Mundial de Saúde e Segurança no Trabalho, lembrado no dia 28 de abril, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) chamou a atenção para a carga que incide sobre a saúde e o bem-estar dos trabalhadores em todo o mundo com a campanha “Estresse no trabalho: um desafio coletivo”. O tema teve como objetivo sensibilizar a sociedade para o impacto do estresse nos locais de trabalho. De acordo com a Dra. Gabriela Lotin Nuernberg, psiquiatra do Hospital Moinhos de Vento, há vários fatores que podem provocar estresse no trabalho e, em geral, quando há algum caso mais importante, estes fatores estão combinados. “Ambiente de trabalho com muita competição, grande volume de trabalho combinado a pouco tempo para realizá-lo, jornada de trabalho muito extensa, pouco reconhecimento, tarefas muito repetitivas e de pouca gratificação, perfeccionismo e problemas com colegas de trabalho são algumas das causas mais comuns”. O estresse não é necessariamente uma doença, mas é um fator determinante ao desencadear em complicações mais sérias. “Entre os mais comuns estão a depressão, transtornos de ansiedade, dores musculares, elevação da pressão arterial e doenças cardiovasculares”, explica a especialista. Além de atingir a vida profissional, o estresse impacta também na vida familiar. “Pode afetar de maneira direta, pois o que se observa hoje em dia que é difícil separar a vida em casa da vida no trabalho. Estes ambientes vêm se misturando e se confundindo gradativamente”, adverte a psiquiatra.  

O caso mais intenso desse esgotamento é o burnout, conhecido como o ponto máximo de estresse.

 

Burnout: situação crítica de estresse

O caso mais intenso desse esgotamento é o burnout, conhecido como o ponto máximo de estresse. Estudado desde os anos 60 pela comunidade científica, essa síndrome vem crescendo em casos nos últimos anos. Estimativas mais recentes da ISMA indicam que 30% dos brasileiros sofrem com esse distúrbio. Segunda a médica, o burnout é detectado em qualquer profissão, mas é vista principalmente em funções que têm consequências diretas na vida de outras pessoas. “Nesta síndrome, ocorre uma sensação de esgotamento, de falta de energia e de recursos emocionais próprios para lidar com as rotinas do dia a dia. Há também o desenvolvimento de sentimentos de indiferença ou até mesmo de descaso com as pessoas para quem o profissional presta serviço. E, por fim, ocorre a redução da realização pessoal relacionada ao trabalho”. Além de danos à saúde, o burnout tem impactado também a economia brasileira. Cerca de 3,5% do PIB (Produto Interno Bruto) é prejudicado devido à falta de produtividade causada pela exaustão profissional, de acordo com dados da associação. Em valores correntes, esse índice seria de mais de R$ 210 bilhões no PIB brasileiro, que fechou 2016 em R$ 6,266 trilhões.

Prevenção

Não há uma única maneira de prevenir o estresse no trabalho, porque a causa se deve a vários motivos, mas precisa começar através de iniciativa individual. “Há algumas estratégias que podem ser adotadas, começando por refletir sobre o seu estilo de vida no trabalho. Deve-se conhecer o próprio limite e poder dizer não em algumas ocasiões. Além disso, é importante fazer algumas pausas para relaxamento, comer adequadamente, manter uma postura adequada e evitar levar trabalho para casa. A prática regular de exercícios físicos e de meditação também podem ser medidas preventivas eficazes”, complementa a psiquiatra.
Fonte: Dra. Gabriela Lotin Nuernberg (CRM: 31931), psiquiatra do Hospital Moinhos de Vento

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