Em linhas gerais, podemos compreender o ciclo menstrual como o conjunto de mudanças fisiológicas cíclicas que ocorrem nas mulheres férteis e que apresentam como finalidade promover a fecundação. No entanto, o que algumas pessoas não se dão conta é que o ciclo menstrual deve ser compreendido além da sua relação com a gravidez: ele também está associado à saúde da mulher. Para esclarecer melhor essas e outras questões, convidamos o Dr. Marcos Wengrover Rosa, Chefe do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Moinhos de Vento. Confira, a seguir, os esclarecimentos trazidos pelo especialista.

Como se dá o ciclo menstrual?

Quando o ciclo é normal, o período de menstruação dura entre três e sete dias, com intervalos de 28 dias em média, podendo apresentar variações de 21 a 35 dias entre um ciclo e outro. O ciclo menstrual ocorre em três fases: fase folicular, ovulação e fase luteínica. O Dr. Marcos Wengrover Rosa explica com mais detalhes esse processo. “O ciclo menstrual é uma preparação mensal para engravidar, na primeira metade do ciclo ocorre o recrutamento de um folículo dominante que contém no seu interior o óvulo. Também nesse processo predomina a secreção de um hormônio feminino: o estrógeno. A ovulação ou a expulsão do óvulo do folículo (pequeno cisto em torno de 3 cm) ocorre aproximadamente duas semanas após o início do ciclo – eventualmente esse pode ser um processo doloroso, que marca a ovulação”. Por sua vez, na segunda fase, “o local do ovário de onde saiu o óvulo se transforma em uma área produtora de progesterona, um hormônio feminino que serve para ajudar na nidação (fixação) do óvulo fecundado dentro do útero. Caso não ocorra a fecundação, a camada interna do útero, chamada de endométrio, se descama e se inicia o sangramento menstrual, a segunda fase do ciclo também dura em torno de duas semanas. Caso haja fecundação, o óvulo se fixa na camada interna do útero e começa a produzir mais hormônios femininos além do Hormônio Gonodotrófico (hCG). Nos casos em que a mulher toma anticoncepcionais ou utiliza algum método hormonal de contracepção, nada disto ocorre. O ovário não produz hormônios óvulos, por isso também são chamados de anovulatórios”, resume o especialista. Agora, quando o ciclo menstrual é irregular, a mulher não consegue prever com maior exatidão quando irá menstruar. Esse problema pode ser ocasionado por diversos fatores, como distúrbios alimentares, hipertireoidismo, ovários policísticos, distúrbios emocionais, entre outros. Ainda sobre essa questão, o Chefe do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Moinhos de Vento salienta que “um ciclo irregular pode estar associado a um distúrbio do balanço de secreção dos hormônios femininos predominantes que são os estrogênios e a progesterona. Em ciclos nos quais não ocorre a ovulação, predomina por todo o ciclo a ação estrogênica, o que pode causar dores nas mamas, irregularidade dos períodos, infertilidade e, em idades acima de 40 anos, risco de hiperplasia endometrial, que é um aumento da espessura do endométrio (camada que reveste o útero internamente) e que pode ou não ter consequências mais sérias ao longo do tempo, caso este desequilíbrio hormonal não seja corrigido”.

Por que é importante a mulher compreender o funcionamento de seu ciclo menstrual?

Compreender seu ciclo menstrual é fundamental para que a mulher conheça melhor seu corpo e saiba como lidar com as mudanças que ocorrem nesses períodos. Além disso, esse entendimento ajuda a detectar eventuais anomalias no processo. E isso é muito importante, uma vez que tais irregularidades podem indicar problemas de saúde como endometriose, tumor na hipófise ou, até mesmo, câncer. Ainda, conforme um estudo americano, os ciclos irregulares podem estar associados a problemas futuros para a mulher, como diabetes e doenças cardíacas. O Dr. Marcos Wengrover Rosa destaca também que “a importância de conhecer os eventos básicos que caracterizam o ciclo menstrual se baseia em saber quando a mulher está ou não fértil e os eventuais desconfortos na metade do ciclo que podem estar associados ao processo ovulatório”. Para continuar se informando sobre a saúde feminina, veja as dicas que preparamos sobre como combater o câncer de ovário.  
Fonte: Dr. Marcos Wengrover Rosa, Chefe do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Moinhos de Vento

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