A amamentação é um dos momentos mais importantes para aumentar o laço afetivo entre mãe e filho, com grandes vantagens para ambos. Além disso, existem várias teorias que sugerem o porquê de mulheres que amamentam terem menos chance de desenvolver câncer de mama. A médica ginecologista e mastologista do Hospital Moinhos de Vento, Dra. Giselle Ebert apresenta os benefícios do aleitamento materno e como a prática pode combater o câncer de mama.

Benefícios da Amamentação

O leite materno dado ao bebê após o parto faz o útero voltar ao tamanho normal mais rápido e diminui o sangramento, prevenindo a anemia materna e reduzindo o risco de câncer de mama e ovários. Para a criança, também há ganhos. Protege contra doenças, previne a formação incorreta dos dentes e problemas na fala, proporciona melhor desenvolvimento e crescimento, além de ser um alimento completo, dispensando água ou outras comidas até os seis primeiros meses de vida do bebê. O leite materno é o alimento mais completo que um bebê pode receber desde o seu nascimento. Afinal, mesmo nos partos cirúrgicos (cesárea), o bebê deve sugar na primeira hora de vida para acelerar a descida do leite, receber as defesas da mãe e fortalecer o vínculo entre os dois.

Outros benefícios do aleitamento materno

Para o bebê:

  • Maior contato com a mãe
  • Melhora a digestão e minimiza as cólicas
  • Desenvolve a inteligência quanto maior o tempo de amamentação
  • Reduz o risco de doenças alérgicas
  • Estimula e fortalece a arcada dentária
  • Bebês que foram amamentados têm menos chance de se tornarem obesos ou com sobrepeso no futuro pois a leptina, um hormônio presente no leite materno ajuda a regular o metabolismo energético, ou seja, a transformação dos alimentos em energia e seu armazenamento no corpo do bebê
  • Bebês amamentados têm menos chances de desenvolverem diabete tipo II

Para a mãe:

  • A oxitocina liberada durante a amamentação, acelera o útero a retornar ao seu tamanho e pode reduzir os sangramentos pós-parto.
  • Acelera a perda de peso materna
  • Reduz a incidência de câncer de mama, ovário e endométrio
  • Evita a osteoporose
  • Protege contra doenças cardiovasculares, como o infarto

Combatendo o Câncer de Mama

A teoria da renovação celular se baseia no fato de que enquanto o bebê suga o leite, o movimento promove uma espécie de esfoliação do tecido mamário. Assim, se houver células agredidas, elas são eliminadas e renovadas. Quando termina a lactação, várias células se autodestroem, dentre elas algumas que poderiam ter lesões no material genético. Outro fator, e o mais aceito atualmente, é que as taxas de estrogênio caem durante o período de aleitamento, e este hormônio tem relação direta com estímulo da proliferação das células tumorais do câncer de mama. Estudos apontam que, a cada 12 meses de aleitamento, as chances de aparecimento de um tumor mamário diminuem em 4,3%. Quanto mais prolongada for a amamentação, maior a proteção para a mãe e o bebê. Portanto, deve-se encorajar o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida e incentivar a manutenção deste até os dois anos de idade ou mais.

Pacientes com câncer de mama podem amamentar

Do ponto de vista fisiológico, as mulheres que tiveram câncer de mama podem amamentar normalmente, mas depende muito do tipo de tratamento realizado para a doença. Mulheres que realizaram mastectomia para o tratamento do câncer, retiram toda a mama e os ductos mamários, não podem amamentar na mama afetada uma vez que o tratamento torna esta ação impossível. A mama, ainda que reconstruída com prótese de silicone ou tecidos do próprio corpo (retalhos miocutâneos), não terá a capacidade funcional de produzir leite, pois esta reconstrução visa apenas à restauração do aspecto anatômico e estético. Já para aquelas pacientes que realizaram a cirurgia parcial (conservadora), também chamada de quadrantectomia, dependerá de como foi o tratamento e a resposta do organismo. Isso porque este tipo de tratamento envolve a complementação com a radioterapia e a irradiação da mama afeta as células responsáveis pela produção de leite. Esta mama também terá seu desenvolvimento, ou seja, o aumento de volume, prejudicado durante a gravidez uma vez que as células irradiadas também apresentam menor resposta proliferativa ao estímulo hormonal. Caso o efeito do tratamento não tenha sido muito agressivo, esta mama ainda que com alguma limitação na produção do leite, poderá fabricá-lo e amamentação poderá ocorrer. Para as pacientes que tiveram um câncer em apenas uma das mamas, que é a situação mais comum, a outra mama (saudável) continuará produzindo leite normalmente e também terá o seu desenvolvimento habitual durante a gravidez, pois o tratamento realizado não afeta esta mama.

Busque orientação médica

Após o tratamento para o câncer de mama é muito importante o seguimento e acompanhamento da paciente pelo médico Mastologista com auxílio de profissionais dos bancos de leite para aumentar as chances de sucesso na amamentação. Assim, é possível minimizar e diagnosticar as possíveis complicações inerentes ao período iniciando tratamentos ou orientações quanto à produção de leite, a apojadura (descida do leite), pega correta do bebê, posições mais confortáveis para a amamentação, dentre outros assuntos importantes para que esta fase seja o mais prazerosa possível para a mãe e o bebê.  
Fonte: Dra. Giselle Ebert (33671), médica ginecologista e mastologista do Hospital Moinhos de Vento.

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