A relação de poluição, agrotóxicos e produtos industrializados no aumento do risco de câncer de mama foi tema de aula na manhã desta terça (15) no Hospital Moinhos de Vento. Conforme a mastologista Michela Fauth Marczyk, do Núcleo Mama Moinhos, 12% das mulheres desenvolverão câncer de mama. Dentro dessa parcela, a maior parte (73%) está associado ao estilo de vida e ao ambiente. Assim, alguma medida pode ser adotada para reduzir o aparecimento da doença. A partir de estudos científicos, acrescenta Michela, comprovou-se que substâncias químicas alteram o sistema endócrino, resultando no aumento da incidência de câncer de mama, por exemplo.                     Essas substâncias agem com “desreguladores endócrinos” e podem danificar diretamente um órgão, alterar a função ou interferir na produção, secreção e metabolismo. Tendem ainda a ter uma ação agonista, mimetizando a ação do hormônio, ou o efeito antagonista, não desencadeando nenhuma resposta.   As substâncias prejudiciais são classificadas como poluentes de curta duração e poluentes persistentes. De curta duração, por exemplo, são filmes plásticos, frequentemente utilizados para embalar alimentos, a resina encontrada na parte interna de latas de conserva e o papel/papelão utilizado em alimentos congelados, como embalagens de lasanhas. Na categoria dos persistentes estão os pesticidas.   – A presença deles em organismos humanos está muito relacionada ao aumento do câncer de mama e de próstata – afirma a mastologista. – O Brasil é o país que mais utiliza agrotóxicos no mundo. Isso dá o equivalente a 5,2 kg de veneno agrícola por habitante por ano. Os agrotóxicos são aplicados com baixo controle e em grande quantidade. Isso é muito grave – acrescenta a médica. Levantamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apresentado na aula mostra que análise feita em alimentos constatou agrotóxico acima do permitido pela legislação brasileira em 67% das amostras. – E o limite já é muito alto no Brasil – informa a nutricionista Paloma Tusset. A produção de alimentos por meio da agroecologia começa a despontar como uma opção de consumo para escapar do contato com agrotóxicos. – Consumidores de produtos orgânicos tendem a ter peso corporal mais baixo, independentemente de outros fatores, aponta estudo – relata Paloma. O excesso de peso está fortemente associado a 13 tipos de câncer. – Não vamos conseguir excluir todas as fontes de risco, então precisamos diminuir o consumo das que apresentam potencial – destaca a nutricionista do Núcleo Mama. Além disso, é preciso aumentar a desintoxicação hepática. – Como é muito difícil escapar do contato com agrotóxicos, o que a gente pode fazer para melhorar a saúde? Aumentar o aporte de nutrientes e diminuir as principais fontes. Não precisa comer carne e tomar leite todos os dias, por exemplo. E pode se trocar um pão branco por um pão integral – ensina. A nutricionista enfatiza que o ciclo de desintoxicação só se completa com a ingestão de água. Ainda na palestra, Paloma mostrou estimativa apontando que 28% de casos de câncer de mama podem ser evitados por alimentação correta, nutrição, atividade física e peso adequado.
Fonte: serviço de Mastologia do Hospital Moinhos de Vento
 

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Prêmios e Certificações

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Entrada 2 - Rua Tiradentes, 333
Av. João Wallig, 1800 - 3º andar - Shopping Iguatemi Porto Alegre
Avenida Cristóvão Colombo, 545 - Espaço Comercial P5-1