A osteoporose é uma doença silenciosa causada pela diminuição da absorção ou perda de cálcio pelo organismo. Estes fatores determinam a fragilidade dos ossos resultando em fraturas após queda ou batida de mínimo ou nenhum impacto. Mesmo sendo uma doença mais frequente em idosos, ela pode também acometer indivíduos jovens. Casos de osteoporose na família, alimentação desregrada e sedentarismo, são fatores que podem contribuir para que crianças e adolescentes não formem uma massa óssea adequada e se tornem predispostos a desenvolver a doença. Além desses fatores, a Dra. Cecília Varella, médica reumatologista do Serviço de Reumatologia do Hospital Moinhos de Vento, explica que a maioria dos casos em jovens pode estar associada a alguma outra patologia, como deficiência hormonal, o uso de medicamentos como anticonvulsivantes e corticoesteróides, presença de doença renal, doença celíaca ou fibrose cística, sendo que estas últimas podem interferir na absorção apropriada dos nutrientes ingeridos.

Como perceber que um jovem pode ter a doença?

Em qualquer idade, a doença não dá sinais claros de sua presença até que aconteça alguma fratura. A descoberta dessa fragilidade óssea, além de auxiliar no diagnóstico correto, também contribui para a escolha adequada e maior eficácia do tratamento a ser instituído. “A afirmação de que a ‘osteoporose senil é uma doença pediátrica’ ilustra a importância de alcançar o pico máximo de massa óssea na juventude, reduzindo, assim, os efeitos do envelhecimento, quando a perda fisiológica de massa óssea é predominante,” reforça a Dra.Cecília.

Importância da ingestão de cálcio

Quando não é consequência de doenças ou outras condições que prejudicam a absorção de nutrientes, a osteoporose geralmente tem uma explicação mais clara, que em geral é a pobre em ingestão de cálcio através da dieta. Segundo estudo feito pela Fundação Internacional de Osteoporose (IOF), o consumo de cálcio no Brasil está abaixo do ideal, o que refletirá em um maior índice de osteoporose no futuro. Dados sugerem que, no Brasil, as pessoas acima de 20 anos ingerem apenas 500mg de cálcio por dia, enquanto o ideal para adultos seria de 1000mg. O cálcio também pode ser encontrado em outros alimentos, como peixes, vegetais verde-escuros e frutas secas amêndoas, nozes e avelãs. O consumo de proteínas e de vitamina D, quando indicado, também auxilia para chegar na quantidade certa que o organismo precisa. Para ajudar a calcular o consumo diário de cálcio, a Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (Abrasso) disponibiliza uma tabela nutricional online, para todas as faixas etárias. Na ferramenta, há cerca de 210 produtos, entre leites, iogurtes, leite fermentado, queijos e outros produtos, como sucos, requeijão e achocolatados. A tabela está disponível no site abaixo: ABRASSO – Campanha Quanto Cálcio.

Fontes: Dra. Cecília Varella, médica reumatologista do Serviço de Reumatologia do Hospital Moinhos de Vento. Dra. Karina Gatz Capobianco,médica reumatologista, Chefe do Serviço de Reumatologia do Hospital Moinhos de Vento.