Para algumas pessoas, o final do ano pode ser um momento de tristeza profunda. Para outras, pode ocorrer um sentimento de desamparo e desânimo passageiro. Nesta época do ano, é cada vez mais comum o relato de pessoas que sentem e vivem o clima natalino e de fechamento de ciclo desta forma. Até aí, o que é momentâneo, pode ser considerado natural e cíclico. O problema começa quando esses sentimentos se manifestam sistematicamente e passam a comprometer a saúde mental durante o ano todo. A Organização Mundial da Saúde define o conceito de saúde mental como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças ou enfermidades. De acordo com a psiquiatra, especializada em psicoterapia de orientação analítica, do Hospital Moinhos de Vento, Dra. Aletéia Crestani, nos últimos anos, essa definição ganhou um foco mais nítido, em virtude dos vários progressos nas ciências biológicas e comportamentais. O que possibilitou ampliar a maneira de compreender a saúde mental e a profunda relação entre os aspectos mental, físico e social.
“Uma definição comumente usada para saúde mental seria o estado de bem-estar, no qual o indivíduo reconhece a sua própria capacidade, pode lidar com estresses corriqueiros da vida, pode produzir no trabalho e é capaz de contribuir socialmente”, reforça a psiquiatra.
Poder reconhecer que há uma série de fatores de risco para a saúde mental e que manifestações psicoemocionais podem aparecer em todos os estágios da vida, desde a mais tenra infância até a velhice, é importante para o início do enfrentamento da situação. “O uso de substâncias psicoativas durante a gestação, desnutrição, maus tratos, traumas, dificuldades escolares, violência doméstica, baixa autoestima, dificuldades econômicas, discriminação, desemprego, criminalidade, doença física, um luto. Todos são fatores de risco para a saúde mental”, explica. Nesse sentido, completa Dra. Aletéia, o bem-estar mental ou psicológico é influenciado não apenas pelos atributos ou características individuais, mas também pelas circunstâncias socioeconômicas e o meio ambiente em que o indivíduo vive. “É importante salientar que essas determinantes interagem entre si de forma dinâmica e tanto podem favorecer quanto piorar o estado da saúde mental”. Questionada sobre o porquê das manifestações de tristeza e a própria depressão ficarem mais latentes nesta época do ano para algumas pessoas, em que as circunstâncias são festivas e de reflexão, a psiquiatra diz que no Natal e fim de ano é um período no qual recebemos muita informação, de diversas fontes, a respeito de família, comunhão, união, amizades. É um momento em que, muitas vezes, podemos nos deparar com perdas e expectativas frustradas ao longo do ano. “Este período também pode ser propício para um balanço a respeito do ano que passou e, nem sempre, o resultado será positivo. Um indivíduo com mais riscos para desenvolver um transtorno depressivo, ou que já esteja passando por um episódio depressivo, poderá sentir esta fase de forma muito mais intensa, inclusive com muita dor e sofrimento”. Mais do que nunca, portanto, o apoio familiar é fundamental, tanto no sentido de estímulo para o tratamento, como para evitar que esta pessoa fique sozinha e isolada, o que poderia agravar o quadro. “Para este indivíduo, o recomendado é tratamento psicológico ou psiquiátrico, dependendo da situação. Recebendo o recurso e a abordagem terapêutica adequada, com acolhimento e espaço de escuta profissional, este paciente poderá atravessar esta situação com menos sofrimento e buscar novas perspectivas”, finaliza.
Fonte: Dra. Aletéia Crestani CRM (28073) do Serviço de Psiquiatria do Hospital Moinhos de Vento

Agradeçemos pela sua inscrição!

Prêmios e Certificações

Entrada 1 - Rua Ramiro Barcelos, 910 - Moinhos de Vento, Porto Alegre - RS, 90035-000
Entrada 2 - Rua Tiradentes, 333
Av. João Wallig, 1800 - 3º andar - Shopping Iguatemi Porto Alegre
Avenida Cristóvão Colombo, 545 - Espaço Comercial P5-1