Ser mãe não é fácil. Apesar de ser um momento muito esperado por boa parte mulheres, a responsabilidade de cuidar de uma pessoa pelo resto da vida gera dúvidas acerca de como lidar com tal compromisso. Os desafios da maternidade iniciam ainda na gestação e se estendem por toda a vida, acompanhando as diferentes fases do filho.  

Os primeiros contatos com o bebê

diabete e outras doenças que podem afetar o bebê”, afirma Dr. Marcos Wengrover Rosa, chefe do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Moinhos de Vento.

Questões sobre o que pode e pode não fazer nessa época também são muito comentadas no consultório. “Consumo de álcool e carne crua, além de pintar os cabelos, são proibidos. Sexo é permitido se não houver risco de parto prematuro”.

água, além realizar atividade física aeróbica, caso não haja contraindicações, ajuda a prevenir constipação”.

Na época do puerpério, nos primeiros meses logo após dar à luz, as perguntas são associadas à sua recuperação e à volta da rotina. “O sangramento para, em geral, após seis semanas. A volta das relações sexuais também pode ocorrer normalmente após seis semanas, mas ocorre ardência e dor na vagina porque há baixa produção de estrógeno. Esse problema é resolvido com o uso de medicações apropriadas. Em relação aos anticoncepcionais, são receitadas minipílulas de progesterona, preservativos ou colocação de DIU com três meses. Tudo isso com acompanhamento médico”, esclarece o médico.

 

Sentimento de culpa pode ser prejudicial

Nos primeiros anos da vida do filho, o “sentimento de culpa” é um dos principais contratempos psicológicos presentes na vida da mãe. Dra. Márcia Surdo Pereira, psiquiatra do Hospital Moinhos de Vento, afirma que vários podem ser os motivos que podem desencadear esse problema. “São muitos sentimentos angustiantes. Quando a criança sente cólicas durante a amamentação, ou caso a mãe não consiga amamentar, ela se questiona sobre sua própria alimentação. Na volta ao trabalho também há dúvidas, como deixar a criança com babás, ter mais paciência e mais tempo para o marido e para si”.
Ter um bebê não é simples, por isto, muitas mudanças ambientais na vida da nova mãe e adaptações necessitam ser realizadas
A médica sugere ainda que essa sensação se deve muito ao estado biológico da mãe, e que, muitas vezes, na falta de instrução, apoio e supervisão, pode vir a desencadear alguns problemas de saúde mental. “A razão disto muitas vezes pode ser pela questão hormonal, o que deixa a mulher mais sensível. Ter um bebê não é simples, por isto, muitas mudanças ambientais na vida da nova mãe e adaptações necessitam ser realizadas. Estes dilemas psicológicos, quando não bem orientados, podem desencadear em doenças como a depressão”.  

Dilemas se prolongam na juventude

A adolescência é, muitas vezes, o período mais conturbado na convivência com o filho e, portanto, de insegurança da mãe. Os principais receios maternos residem na exposição deles ao mundo e aos desafios do dia a dia. Para o Dr. João Ronaldo Mafalda Krauzer, chefe do Serviço de Pediatria do Hospital Moinhos de Vento, é necessário haver confiança na educação dada. “A dúvida vai estar sempre relacionada se tudo aquilo que foi conversado e orientado em casa será cumprido no mundo lá fora. A mãe sempre desenvolve um papel mais protetor, mas, neste período, precisa se dar conta de que aquele menino ou menina que orientou durante todo o período da infância, vai estar sujeito aos desafios que a vida estará lhe impondo. É preciso acreditar no seu potencial de criação, apesar de ser um exercício árduo e contínuo. O medo das frustrações, das drogas, do bullying e da conservação da autoestima está sempre presente”. É nesse período que costumam ocorrer as principais cobranças em relação ao futuro do filho, mas o pediatra recomenda que respeitar a individualidade do jovem é essencial. “O importante é conhecer o filho de forma integral, suas habilidades, medos e inseguranças e tentar proporcionar a eles uma forma responsável de ver o mundo. Em famílias maiores é comum que todos os filhos sejam encarados de forma idêntica, mas isso nem sempre é possível. Focar na felicidade de cada um e estar atento nas individualidades vai fazer a diferença”.
A balança entre a exigência de cumprir metas e o conforto de que tudo dará certo não é simples
Um exemplo é a pressão por resultados no período de realização do vestibular. Nessa época, as expectativas depositadas costumam ser maiores, o que pode causar transtornos. “Nesta etapa, os filhos se tornam mais suscetíveis a variações de humor, e cabe aos pais auxiliar nesta estabilização. A balança entre a exigência de cumprir metas e o conforto de que tudo dará certo não é simples”, afirma o médico.  

Desafios mudam com filho adulto

A fase adulta é um momento em que outros desafios surgem, pelo fato de ter de cuidar de alguém que já tem autonomia e não mais depende diretamente da “supervisão” materna. Dra. Márcia Pereira afirma que, neste estágio, a síndrome do ninho vazio é o principal dilema enfrentado, mas as preocupações se modificam ao longo do ciclo de vida. “Na vida adulta a culpa reduz, muitas vezes dando lugar a outros sentimentos de apreensão, ora passar em um concurso, ora a escolha do cônjuge, ora segurança. A síndrome do ninho vazio substitui o sentimento de culpa”. Para isso, a psiquiatra sugere que a relação com o cônjuge, além do apoio de figuras representativas em sua vida são a melhor forma de superar isso. “Para lidar muitas vezes com a volta ao trabalho ou inexperiência de caráter materno, é preciso sobremaneira contar com o pai ou figura identificada neste papel, bem como com sua própria mãe. Pais que encontram tempo para ser um casal, mesmo tendo filhos, não sofrerão quando estes filhos crescerem e o ninho esvaziar-se, pois o preenchimento desta dupla tende a ser satisfatório”.  

A paternidade como complementação da maternidade

Os especialistas concordam que a presença da figura paterna é a melhor forma de encarar a criação do filho. Dr. Marcos Rosa afirma que a divisão das tarefas entre os cônjuges, o que tem acontecido mais nos últimos anos, é benéfica tanto para a mãe, quanto para o próprio companheiro. “Aproximação do pai é o melhor remédio para alienação parental mesmo que parcial, o que é muito comum. Hoje em dia se vê uma maior inclusão dos pais nos cuidados dos filhos, muito mais que antigamente”. Para o Dr. João Krauzer, a figura paterna ajuda a equilibrar a criação e desenvolvimento do filho. “Os pais devem conversar e definir de forma harmoniosa o que é mais adequado para seus filhos. Mostrar de maneira segura que as decisões são tomadas em comum acordo”. Dra. Márcia Pereira complementa que a presença do pai é essencial para a saúde mental dos envolvidos. “O papel do pai é indispensável para que o binômio mãe-filho não seja uma dupla simbiotizada e adoeça por isto. O pai também tem direito a ficar e pegar o bebê. É neste momento que a mãe pode descansar também das tantas demandas exigidas por um novo bebê em casa”.
Fontes: Dr. Marcos Wengrover Rosa, chefe do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia (CRM: 12346), Dr. João Ronaldo Mafalda Krauzer, chefe do Serviço de Pediatria (CRM: 17262) e Dra. Márcia Surdo Pereira, psiquiatra do Hospital Moinhos de Vento (CRM: 19379)

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Prêmios e Certificações

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