A data de hoje (15 de maio) é marcada pelo Dia do Celíaco. A data acontece anualmente e tem como objetivo conscientizar as pessoas a respeito da doença, além de buscar representatividade nas prateleiras dos supermercados. Por conta disso, a médica do Serviço de Gastroenterologista, Dra. Helenice Breyer explica como a doença celíaca se manifesta, como é feito seu diagnóstico e tratamento.

O que é Doença Celíaca

É uma condição inflamatória crônica do intestino delgado que é determinada geneticamente e induzida pelo glúten, proteína presente em alimentos como trigo, centeio, cevada e malte. Hoje ela é reconhecida como uma doença multiorgânica devido ao amplo espectro de manifestações clínicas, tanto intestinais como extra-intestinais com gravidade variável. Nos últimos 50 anos, nota-se um substancial aumento na prevalência desta doença acometendo em torno de 1% da população mundial, porém muitos pacientes permanecem sem diagnóstico.

Diagnóstico

O diagnóstico se baseia em uma combinação de sintomas clínicos, exames sorológicos e biópsia do intestino delgado que devem ser realizados na vigência de dieta com glúten. No adulto a avaliação histológica do intestino delgado é imprescindível e deve apresentar algum grau de atrofia das vilosidades intestinais. É importante salientar que a retirada do glúten da alimentação não deve ser realizada antes do completo diagnóstico da doença, pois esta conduta pode modificar os exames sorológicos e até a biópsia.

Como a doença se manifesta

Durante as últimas décadas tem sido observada uma ampla variação nas formas de apresentação clínica da doença celíaca, tornando o seu diagnóstico um desafio. Na forma clássica da doença predominam as manifestações gastrointestinais tais como diarreia, esteatorréia, distensão abdominal, náuseas e vômitos e acomete as crianças após a introdução do glúten na dieta. No adulto, pelo menos 50% dos casos de doença celíaca não apresentam a clássica diarreia e predominam os sintomas abdominais superiores inespecíficos tais como dispepsia, desconforto e distensão abdominal, náuseas e flatulência. Nestes pacientes são comuns as manifestações extra-intestinais tais como anemia ferropriva, osteoporose, dermatite herpetiforme, artrite e artralgias, hipertransaminemia, alterações neurológicas, aftas, infertilidade, alterações da tireoide e diversas doenças auto-imunes. Estes pacientes costumam ter uma longa duração dos sintomas antes de receber o diagnóstico e este é o grande desafio para médicos de diferentes especialidades que devem ficar atentos para a miríade de manifestações clínicas. Portanto procure seu médico na presença destes sintomas.

Como é feito o tratamento

O tratamento é fundamentalmente dieta completamente isenta de glúten pelo resto da vida. A quantidade de glúten necessária para estimular a resposta inflamatória da doença celíaca é tão pequena como 100mg de glúten (uma fatia de pizza tem aproximadamente 2.000mg de glúten). Após um a dois anos de dieta rigorosa, a atrofia do intestino é revertida e torna-se novamente completamente normal desde que não haja ingesta de gluten. Para isso é muito importante a educação e motivação que o paciente mantenha permanente o acompanhamento médico, do nutricionista e entidades de apoio (ACELBRA – Associação dos Celiacos do Brasil – site www.acelbra.org.br).
Fonte:  médica do Serviço de Gastroenterologia, Dra.Helenice Pankowski Breyer  (CRM 19640)

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