Conhecer as características dos tipos de câncer que mais atingem as brasileiras é indispensável para prevenir a doença, que mata milhares de mulheres. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama está no topo do ranking entre os tumores mais frequentes nas brasileiras. “Apesar de um risco maior após a menopausa, pode ocorrer de forma precoce já a partir dos 20 anos, em especial em mulheres com fatores de risco, como histórico familiar”, alerta Pedro Isaacsson, médico do serviço de Oncologia do Hospital Moinhos de Vento.   Os principais sintomas da doença são o surgimento de nódulo na mama, irregularidades na pele da mama e inversão do mamilo. A melhor forma de prevenir a doença é realizar mamografia anualmente a partir dos 50 anos (para mulheres sem história familiar e sem fatores de risco) e antes dos 50 para mulheres sob maior risco. “Atualmente, o avanço das técnicas cirúrgicas conseguem preservar a mama e resultar em melhor resultado estético, muitas vezes com cirurgia reconstrutora no mesmo momento da cirurgia para retirar o tumor da mama”, ressalta. Os tratamentos podem variar de acordo com o estágio da doença. Quando localizada, o mais indicado é a cirurgia para remoção parcial ou total da mama. Dependendo do caso, é necessário também a abordagem cirúrgica da axila. Quando o problema já está em estado avançado, a quimioterapia, com intuito de diminuir o tumor e propiciar uma cirurgia mais segura e conservadora, seguida do procedimento cirúrgico é a intervenção mais indicada.  

“Atualmente, o avanço das técnicas cirúrgicas conseguem preservar a mama e resultar em melhor resultado estético, muitas vezes com cirurgia reconstrutora no mesmo momento da cirurgia para retirar o tumor da mama”.

  O câncer de cólon, segundo que mais acomete mulheres no Brasil, geralmente não apresenta sintomas marcantes em estágios iniciais, mas pode ser diagnosticado com ajuda da tecnologia: exames de rastreamento conseguem identificar as lesões antes que elas se transformem em câncer. “Esse exame é indicado após os 50 anos na população em geral, ou antes, em caso de pacientes que apresentam maior risco, como os indivíduos com histórico familiar da doença”, frisa Dr.Pedro Isaacsson. Ter uma alimentação balanceada, diminuir a ingestão de proteína animal e fazer exames preventivos a partir dos 50 anos são medidas simples, mas que podem evitar o problema. O tratamento da doença inclui cirurgia para remoção do tumor e quimioterapia, dependendo de cada caso. Quando há grande volume de doença metastática, a quimioterapia exclusiva é mais utilizada.   Ser amplamente evitável, possuir vacina disponível (HPV), ser diagnosticado com lesões pré-câncer através do exame de papanicolau (citopatológico do colo do útero) e a alta chance de cura nos estágios iniciais são características do câncer de colo do útero, o terceiro na lista entre os que mais atingem as brasileiras. Entre os principais sinais e sintomas estão: alteração no exame de papanicolau (exame citopatilógico do colo do útero), dor durante a relação sexual, sangramento vaginal anormal, dor pélvica e alterações urinárias.   Fazer uso da vacina, realizar o rastreamento com papanicolau e manter relações sexuais protegidas são as melhores formas de evitar a doença, que pode ser tratada com cirurgia ou a associação de quimioterapia e radioterapia. As sequelas mais frequentes são a infertilidade, o estreitamento da vagina (por causa da radioterapia) e a menopausa precoce (caso a cirurgia radical remova também os ovários), porém, o progresso da radioterapia tem proporcionado avanços no intuito de diminuir a chance desses eventos colaterais    

Fonte: Dr. Pedro Henrique Isaacsson Velho (CRM: 34320), oncologista e Médico do serviço de Oncologia do Hospital Moinhos de Vento e fellow do Johns Hopkins Hospital

Foto: KatarzynaBialasiewicz/iStock